Ian
narrando
Preciso
dizer o quanto me doía quando ela me tratava com indiferença? Quando ela fazia
questão de não falar comigo ou ser fria? Porque ela fazia isso? Eu já tinha
dito que estava arrependido, já havia feito infinitas juras de amor mas mesmo
assim ela resistia. Já não sabia mais o que fazer para reconquista-la. Nina
simplesmente não dava abertura e sempre acabava comigo. Porque era tão difícil
para ela acreditar no que eu falava?
Quase
cinco meses se passaram e Nina já tinha seguido em frente... Tinha quase
certeza de que ela não me amava mais enquanto eu a amava cada dia mais.
Era
impossível não vê-la e não querer a abraçar, a encher de beijos, me ajoelhar
aos seus pés e implorar perdão. Já não aguentava mais minha vida sem ela.
E pra
piorar ainda mais Candice já havia me dito que ela estava saindo com um cara,
um tal de Julian, não sei direito. Ele era primo daquele maldito e odiado Alex,
sim, aquele colega de faculdade de Nina. Se meu bom senso não fosse tão grande
eu iria lá e daria uma surra naquele projeto de homem, só por ter entrado na
vida de minha pequena e ter apresentado outro pra ela.
Não
conseguia imaginar Nina beijando outro cara. Aqueles lábios macios eram meus e
de mais ninguém. Aquele corpo escultural pertencia só a mim e só eu poderia
tocar e beijar... Mais nenhum outro homem... Porque simplesmente não conseguia
voltar ao tempo?
– Sente
falta dela, né filho? - Eu estava sentado no sofá da sala pensando, Alice tinha
voltado pra casa e aquele era um momento em que eu ficava completamente sozinho.
– Vocês
não imaginam o quanto... - Passei as mãos no rosto nervoso.
– E o que
está fazendo aqui sentado sem fazer nada?
– Ela não
me quer mais, mãe... – Falei olhando para o nada.
– Como
sabe disso?
– Ela
está saindo com outro...
– E você
vai ficar ai, sentado, entregando de bandeja a mulher que você ama? Vai ficar
ai sentado apenas assistindo ele conquistando sua filha, dormindo em sua cama,
amando Nina? – Falou indignada. – Sinceramente, esse não é o Ian que eu
conheço, não foi o Ian que eu criei! – Fez uma breve pausa. – Só você não
percebe como ela fica quando está com você, o jeito que ela te olha. Ian, tenho
certeza que ela te ama ainda, ela está louca para te ter novamente.
– Você
acha?
– Tenho
certeza!
– Ian,
sou sua mãe, posso ver que está arrependido, posso ver que ainda a ama e nem
mesmo um cego não perceberia que ela também ainda te ama.
– Você
acha que ainda tenho chances?
– Você só
vai descobrir se tentar, filho! – Eu me levantei em um salto e corri para os
braços de minha mãe a abraçando mais forte que consegui.
– Me
deseje sorte!
– Não
precisa, vocês foram feitos um para o outro. – Sorriu me incentivando.
Sem
pensar duas vezes saí de casa correndo e do mesmo jeito fui ao encontro de
Nina. Não sei a que velocidade eu fui, furei todos os sinais possíveis só para
chegar até ela o mais rápido que pude. Não sei nem como tinha conseguido chegar
com vida até minha antiga casa...
Toquei a
campainha sem nem hesitar e esperei. Pereceu uma eternidade mas ela atendeu,
fazendo meu coração acelerar ainda mais.
– Ian? –
Ela estava linda, tão linda...Ok, ela sempre estava linda, mas aquele dia em
especial ela estava mais. Ela usava uma regata branca extremamente larga para
seu tamanho e que deixava uma bela visão de seus seios junto com seu sutiã
preto, um shorts extramente curto deixando a mostra suas longas pernas
torneadas e seu cabelo estava preso em um coque desgrenhado no alto de sua
cabeça.
– Oi.
Desculpe vir assim sem avisar! – Cocei a nuca nervoso.
– Tudo
bem, o que quer?
– Eu
quero, huum.. – Você, pensei. – Eu quero, aaah, uum...
– Quer...
– Um
documento importante que acho que está aqui... – Falei de uma vez só.
– Ah,
claro, entre... – Me deu passagem. – De uma olhada lá no escritório...
– Uhum. –
Assenti meio fora de mim. – E Alice?
– Ela
pediu para ir dormir na casa de Candice... Ah, mas não se preocupe, esse dia
fica descontado dos meus mesmo. – Podia sentir que ela também estava nervosa,
sua fala era rápida e meio atrapalhada.
– Nem
pensei nisso.
– Vou
estar ali na cozinha, qualquer coisa me chame.
Minhas
mãos suavam, eu inteiro tremia. Documento? Sério Ian?
Eu a
tinha a alguns metros de mim e não conseguia fazer nada... Nós tínhamos a casa
só para gente e eu não me movi um centímetro se quer. Porque era tão fraco
quando o assunto era Nina?
Ainda
tremulo fui até a cozinha onde ela estava e fiquei a observando tomar café em
silencio encostado á soleira da porta.
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