sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Capítulo 43 - Labor

Trinta e sete semanas
Trinta e sete semanas. Oito quilos a mais. Quatro horas ou menos dormidas de noite. Por volta de uns dois quilos e meio sendo suportados pela minha coluna. As contrações chatas no meio da noite ... Alice, você não tem ideia o quanto eu preciso de você em meus braços bebe, principalmente quando você se movendo dentro de mim tinha se tornado doloroso e incomodo. Tudo, absolutamente tudo estava pronto, só faltava ela... E o tempo cooperar e estar em nosso lado passando rápido, mas como eu havia dito, quanto mais eu esperava mais de vagar ele parecia passar.
Durante as semanas que a família de Ian passou conosco tive uns problemas com a minha pressão e novamente ela voltou a subir. Acho que foi por causa das comidas diferentes, muito sal e tempero pelo jeito não tinham agradado minha pressão arterial. Mas assim que eles foram embora voltei a minha dieta normal e se tudo desse certo nós ficaríamos bem.
Na verdade, assim desejava porque a dois dias que estávamos sozinhos, nada fazia minha pressão baixar e minha dor de cabeça diminuir. Eu já estava insuportável, meu humor era uma montanha russa e às vezes tinha vontade de colocar Ian para dormir no sofá da sala e me trancar no quarto de tanto mau humor e de tanto que ele estava me pressionando para voltarmos a atividade.
Mas em fim, eram os hormônios e eu não podia fazer isso com ele, principalmente porque ele não tinha culpa de nada... A não ser por ele ser um dos responsáveis por tudo isso já que ele tinha posto Alice ali dentro junto comigo.
Trinta e oito semanas
Ok, acho que já deveria começar a me preocupar e correr para maternidade...
Naquela manha eu tinha acordado enjoada, muito enjoada e com dor de estômago. Minha cabeça doía e eu só queria ficar deitada o resto do dia. Estava de atestado e sempre que Ian conseguia ficava em casa me cuidando e naquele dia não tinha sido diferente.
– Amor, você tem que comer alguma coisa... Alice ainda esta ai dentro - Se sentou ao meu lado fazendo carinho em meus cabelos.
– Ian, eu não consigo. Juro que vai voltar tudo. – Falei dengosa.
– Pelo menos tente.Te faço uma sopa bem leve, o que acha?
– Faço um esforço... - Sorri sem muita força.
– Obrigado - Sorriu. - Em menos de uma hora eu volto ok? - Beijou minha testa.
Não custava nada, não é mesmo? Se não voltasse eu pelo menos teria algo no estômago. Ian estava sendo um ótimo namorado e eu precisava cooperar com ele. Pois é, mas infelizmente sua deliciosa sopa voltou e eu estava vazia de novo... Minha barriga doía e agora olhando no espelho grande do banheiro pude perceber que ela estava baixa e parecia ter diminuído de tamanho. Alice não mexia muito e eu me desesperei. Algo dentro de mim falava que isso não era normal...
– Ian, me leva para o hospital... - Falei da porta do banheiro.
– Meu deus, o que houve? – Levantou da cama em um salto e veio até mim preocupado.
– Eu não sei mas não estou normal, por favor vamos logo... - Falei impaciente acariciando minha barriga.
– Claro, só vou...só vou me...me arrumar! - Falou meio desajeitando andando de um lado para o outro no quarto como se procurasse alguma coisa.
– NÃO! - Gritei. - Vamos AGORA! - Fui cambaleando até a cama. - Só pegue as malas, me ajude a colocar um calçado e nós vamos imediatamente! - Exigi. Ian quando queria se arrumar era uma noiva de tão demorado e eu precisava ir naquele mesmo momento se não o pior poderia acontecer. Ele me olhou assustado e só ajeitou sua calca de moletom e foi pegar um calçado para mim.
Quando percebi estávamos no carro, Ian dirigia rápido e eu berrava de dor no banco do carona. Minha barriga literalmente parecia uma bola de futebol e eu estava tendo uma contração atrás da outra.
– IAAAN, vai rápido caralho! - Apertei sua coxa com muita força e enterrei a cabeça no encosto do banco.
– AII PEQUENA, ISSO DÓI! – Reclamou de dor.
– ISSO DÓI TAMBÉM! DÓI MUITO! - Grunhi.
– Calma amor, estamos quase chegando. - Falou tentando me acalmar.
– Calma? Não me mande ficar calma, Ian! E você esta falando que estamos quase chegando desde que a gente entrou nesse carro em casa.
– Mas agora é verdade... E por favor amor, não arranque a pele e nem os músculos da minha coxa, você vai se arrepender quando Alice estiver conosco e sem falar que eu preciso deles...
– Ian, por favor, só me deixe reclamar, ok? Não precisa falar nada por que eu não vou me responsabilizar por xingamentos.
–Ok, me calo depois dessa, mas por favor, deixe minha coxa... - Choramingou.
– Ótimo, agora acelera porra!
Assim que chegamos me levaram para uma sala de espera e me fizeram esperar um monte de grávidas tranqüilas e sorridentes com apenas umas simples contração serem atendidas enquanto eu morria de dor abdominal e tive que ser levada do estacionamento a sala de cadeira de rodas... Prioridades por favor?
– Tem como alguém me atender? Ou eu vou perder minha filha aqui? - Falei em meio a lagrimas.
– Amor, calma vou tentar te passar na frente.
– E consiga! - Exigi.
– O que esta acontecendo aqui? - Uma enfermeira vestida de azul bebe chegou até nós. - Conseguimos ouvir seus gritos lá de dentro. - Eu juro que se não estivesse tão incapacitada, teria me levantado daquela cadeira de rodas e voado na cara dessa infeliz.
– Aqui, minha mulher esta com partes dores, acho que na barriga sei lá, nossa filha não esta mexendo, ela tem pressão alta e eu estou muito preocupado... Será que tem como fazer alguma coisa?
No mesmo momento a moça mudou a expressão e veio até mim apalpando minha barriga.
– Venham comigo - Ela falou preocupada e nos guiou até uma sala de atendimento.
Enquanto era atendida passei o nome da minha medica para que eles a chamassem e até eles terem terminado de me examinar ela já tinha chego. As informações foram passadas para ela e assim que conseguiram uma resposta, a doutra entrou no quarto para falar comigo e Ian.
– Bom nina, esta preparada? - Me perguntou. Meu corpo inteiro estremeceu de medo e eu apertei a mão de Ian com a força que me restava.
– Sim... - Falei entre dentes.
– É o seguinte, seu quadro clinico não é muito bom... Sua pressão esta realmente muito alta e nós vamos ter que induzir o parto porque se não o pior pode acontecer...
– Induzir? - Ian perguntou.
– Sim, fazer uma cesariana... – Explicou.
– Mas Cesariana? - Ele repetiu.
– Ela pode sair até pela minha boca, não importa o jeito, mas por favor a tire dai... - Falei em desespero.
– Certo, então vamos lá! - Ela sorriu para nós. – Prontos papais?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não saía sem comentar (: