Ah, vinte e cinco semanas. Seis meses e uma semana...
Sinceramente,
eu não via a hora de ter Alice comigo... Não que eu estivesse
reclamando de estar grávida (longe disso, eu amava minha barriga, amava
senti-la mexer, amava tudo), mas a dor nas minhas costas era
insuportável, o sono e o cansaço eram demais. Minha barriga e meus seios
pesavam demais e isso interferia um monte em minha coluna e na minha
postura.
Alice tinha aproximadamente 31 centímetros e 650 gramas.
Já tinha pés e mãos bem definidinhos e um cotovelo bem afiado. Ela
simplesmente não parava, acho que ela pensava que meu útero era uma
pista de dança porque essa garotinha vivia em ritmo de festa dentro de
mim (o que me deixava extremamente tranquila, porque era sinal de que
estava tudo bem lá dentro).
Agora parecia que tudo estava
entrando nos eixos novamente. Já estava criando uma nova rotina, minhas
notas tinham voltado a melhorar e por incrível que pareça eu tinha
tirado uma das melhores notas no teste de qualificação para a faculdade.
Por mais que eu e Ian tivéssemos feito um acordo de que eu só iria para
Columbia assim que Alice completasse um ano, eu precisava estar na
lista de aprovados para que conseguisse trancar o curso por um ano e
pelo jeito, com certeza meu nome estaria nela.
Com todos esses
acontecimentos, o problema com torrey e com a minha mãe no shopping, eu
estava evitando sair de casa o máximo que podia para evitar encontrar
minha família e conhecidos na rua... Sim, eu era fraca, não conseguia
lidar com as criticas e opiniões alheias, por isso me isolava para não
ter que enfrentá-las.
E com tudo isso eu percebi que é incrível
como a sociedade tem preconceito com garotas que engravidam antes dos
vinte, sinceramente, gravidez é algo inevitável para qualquer mulher que
tem uma vida sexualmente ativa e não é só porque eu tenho dezoito anos
que isso não se encaixava a mim. Todos os olhares desapontados para mim e
Ian, os comentários maldosos, as criticas... Porque as pessoas tinham
que se meter tanto na vida dos outros ?
Ah, mas incrível mesmo
era como as pessoas ao meu redor tinham mudado comigo. Pessoas que se
diziam minhas amigas quando descobriram que eu estava grávida nunca mais
olharam em minha cara ou então pessoas que eu nunca falei se
aproximaram de mim, oferecendo ajuda, dando conselhos e tudo mais.
...
Já
era novembro e eu estava na semana do saco cheio na escola. A semana
mais esperada por todos os estudantes do ensino médio, a semana que
teríamos uma semana inteirinha em casa só para vadiar e esquecer-se da
escola e suas chatices.
Eu e Ian iríamos prolongar essa uma semana para duas e aproveitar esse tempo para irmos ao Canadá conhecer sua família.
Por mais que eu já tivesse conquistado a confiança de minha sogra eu estava morrendo de medo de conhecê-la pessoalmente...
– Amor, tem como você sossegar um pouco ? – Ian acariciou minha perna que eu balançava sem parar.
– Ian, estou cansada de estar nesse carro, meu cóccix tá doendo, preciso ir ao banheiro e Alice quer se esticar... – Bufei.
–
Mas amor,acabamos de sair do posto... Não faz nem meia hora que
voltamos a estrada! – Ian riu. Escolhemos ter ido de carro já que minha
médica tinha nos aconselhado a não viajarmos de avião porque tinha medo
de um outro deslocamento de placenta. – O que está acontecendo?
– Nada, só estou nervosa... Quero chegar logo.
– Nina, eles vão te amar se é isso que te preocupa! Fique tranquila.
– Estamos chegando? – Perguntei manhosa.
– Mais trinta minutos e já chegamos... – Sorriu.
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