sábado, 11 de agosto de 2012

Capítulo 10- I'd come for you

Ian Narrando 

Nós tínhamos brigado, ela já não prestava mais atenção em mim, não me dava a mínima... Nem sexo ela queria, eram só estudos, faculdade e livros. No máximo dava atenção para Alice, mas quando ficávamos juntos parecia me evitar, não sei explicar, ela parecia distante. Não sabia mais o que fazer. Não queria falar isso pra ela porque se não a magoaria e ficaria subentendido que eu não a apoio com seus estudos, o que era bem pelo contrario, e sabia também que se tocássemos nesse assunto acabaríamos brigando. E brigar com a minha pequena era a ultima coisa que eu queria já que ultimamente era a única coisa que fazíamos, nosso casamento já estava por um fio e discutir por coisas superfulas iria piorar as coisas.
Naquela sexta feira sai atordoado de casa. Eu só queria passar uma noite pelo menos com minha esposa e ela havia me recusado. Eu estava estressado demais, só queria espairecer e essa rejeição de Nina não tinha ajudado nada em meu humor. Meu pai queria que eu largasse meu emprego de veterinário para cuidar das coisas dele. Eu nunca iria aceitar, amo o que faço e amo lidar com os animais, não tinha a mínima vocação para outra coisa e nem vontade de adquirir. A pressão que ele estava jogando para cima de mim todos os dias estava me consumindo e aos poucos pude notar que ele não desistiria até que eu cedesse, sinceramente pai, já tenho trinta e um anos e estamos nesse estagio? Eu só queria relaxar um pouco, ter um momento mais intimo com Nina, mas ela simplesmente não quis.
Estava me sentindo rejeitado demais para ficar em casa. Se eu ficasse ou acabaria discutindo com Nina, de novo, ou iria obriga-la, digo, seduzi-la mesmo ela não estando de acordo em dormir comigo, e nenhuma dessas opções eram validas para mim porque independente delas iríamos acabar brigando. Pensando nisso eu sai, fui para um dos bares mais famosos de NY para esfriar a cabeça, não pretendia ficar lá muito tempo, era só para espairecer mesmo para no dia seguinte conversar com Nina sobre nós dois.
Chegando ao bar e pedi meu primeiro copo de uísque e assim que começo a beber me deparo com ninguém mais que Megan... Maldita mulher, porque ela tem que renascer das cinzas justamente quando finalmente tinha me esquecido de sua existência. Eu não a amava, não amava nem um pouco afinal, Nina era a mulher da minha vida e nenhuma mulher poderia mudar isso, nem mesmo Megan, mas ter que conviver com ela era muito desconfortável. Meu único interesse nela era profissional e nada mais, pode ter certeza que quando os projetos de meu pai estivessem prontos eu nunca mais iria encontra-la novamente.
Eu estava sentado no balcão apenas ouvindo a música ao vivo de uma garota country quando Megan veio falar comigo. No inicio conversamos sobre negócios enquanto bebíamos, não a dei muita moral, mas então fomos nos soltando devido a bebida, conversando, rindo. De repente a música mudou, já era um tanto animada e eu a puxei para dançar comigo.
Minha mente sóbria falava que aquilo era errado, que eu não deveria ter dado tanta intimidade para ela, que eu não deveria nem ter saído de casa pra começo. Mas meu lado ébrio estava comandando naquele momento além de ter apagado Nina de minha mente ele ordenava que meu corpo seguisse seus instintos.
Megan também não estava cooperando, suas mãos passeavam pelo meu corpo sem pudor e ela se movia sugestivamente me provocando enquanto dançávamos, quando percebi estávamos aos amassos no banheiro feminino na ultima cabine. Minha mente parecia ter se desligado e aquele não era o Ian normal... Não sei quanto tempo ficamos naqueles poucos metros quadrados ou quantas vezes na noite que transamos.
Eu era um nojo, um idiota, covarde. Eu tinha acabado de trair a mulher da minha vida... Tudo bem que tínhamos brigado, mas eu ainda a amava incondicionalmente e para mim ela era única. Eu estava perdido, completamente perdido.
Cheguei cinco da manha em casa, passei na rua bebendo e pensando no enorme erro que eu tinha comedido, eu me sentia sujo e sentia que poderia ficar de molho no banho por horas e mesmo assim nunca iria passar. Não sei como eu iria olhar para ela novamente, Eu precisava conta-la mas eu era covarde o suficiente para esconder essa mentira até quando não conseguisse mais. Eu estava imprestável, eu era imprestável. Tudo rodava e a única coisa que eu consegui fazer foi me jogar no sofá e esperar eu virar homem de verdade para assumir meu erro, porque minha masculinidade tinha ido embora assim que eu entrei naquele banheiro com Megan.
O que realmente acabou mesmo comigo foi Nina cuidando de mim na manha seguinte. Me deu remédio para dor de cabeça, me ajudou a subir até o quarto e quase me deu banho. Deus, ela era perfeita, como eu consegui fazer isso com ela? Eu me odiava mais do que tudo naquele momento. E o pior de tudo que os detalhes daquela maldita noite ainda eram vividos em meus pensamentos...
De tarde ela saiu de casa com Alice e me deixou sozinho em casa para pensar. Eu chorei tudo o que estava trancado em mim, estava arrependido, muito arrependido. Nina era a mulher dos sonhos, ela tinha tudo o que eu queria e eu tive coragem de fazer isso com ela. Eu sentia que poderia ter que empurrado Megan ou sei lá, ter me controlado... Mas é que eu estava tão fora de mim aquele dia que simplesmente fiz...
Meu celular tocava incessantemente ao meu lado e eu me recusava a atender, Megan não estava me deixando em paz desde o ocorrido, já tinha dito a ela que fora um erro e que nunca deveria ter acontecido, mas pelo jeito para ela tinha significado muita coisa, apesar de ter rido de mim quando eu disse que amava Nina. Para mim aquilo não era nada, não tinha significado nada, não teve nem um pouco de amor envolvido naquilo tudo, fora tão carnal que o termo “fazer amor” seria extremamente inadequado de utilizar.
Nina chegou, eu ainda estava um caco mas assim que ela e minha filha entraram pela porta da sala meu mundo clareou e eu não consegui fazer outra coisa a não ser sorrir. Fiquei brincando um tempo com Alice e assim que ela dormiu fui conversar com Nina, mas mesmo assim não tinha a contado o quanto eu tinha sido filho da puta. Naquela noite eu tinha percebido o quanto Nina era especial para mim, tudo com ela era diferente, nossas pazes foram seladas e por ora estávamos bem. Sexo com ela era muito melhor, aquele seu corpo pequenino sob o meu, suas mãos ágeis e habilidosas em meu corpo, o jeito que ela gemia por mim... Aquilo sim era prazer, aquilo sim era fazer amor e eu estava prestes a perdê-la, como eu era imprestável....
Nosso final de semana tinha sido o mais romântico impossível o que fez meu remorso aumentar ainda mais. Na segunda continuávamos bem...
Até a hora de eu chegar casa.
Na sala estavam enormes malas e eu presumi que fosse minhas. Ela havia descoberto toda a verdade e para ajudar tinha me visto justamente quando Megan me puxou para um beijo de despedida. Céus, tinha sido só um beijo....
Eu havia perdido meu chão... Perdi Nina, perdi Alice... Perdi minha casa e junto com tudo isso, minha dignidade. Não me restava mais nada... Tinha me tornado um homem incompleto e fraco assim que passei pela porta da frente de casa.
Nunca havia chorado tanto como estava naquele momento. Eu só precisava de um segundo para mostrar para Nina que ainda a amava e que estava arrependido, faria tudo que fosse preciso para ela me perdoar. Ela tinha que saber que eu faria qualquer coisa para tê-la novamente e que não cansaria até isso ser feito.
Nina tinha se tornado meu porto seguro e agora sem ela eu estava completamente perdido. Eu tinha me aberto com ela de uma forma que nunca havia me aberto com alguém, ela tinha feito aflorar um novo Ian ali que até então não existia... Por deus, Nina tinha me dado uma filha, o maior e melhor presente do universo. E por as duas eu faria qualquer coisa, qualquer coisa mesmo...
Eu precisava reconquista-la, nem que fosse a ultima coisa a ser feita em minha vida.

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