Capítulo 33 - Trying to find her

Ao chegar à Nova Iorque a primeira coisa que eu fiz foi chamar Candice. Iria precisar muito da ajuda dela nessa minha nova etapa. 

Candy aceitou me ajudar de bom grado e também não conseguiu esconder a felicidade de eu não ser filha de Michaela, para ela tudo se encaixava porque nenhuma mãe em sã consciência iria ser capaz de fazer o que ela fazia comigo. No fundo eu tinha que admitir que essa felicidade também estava em meu peito, saber que eu não era filha daquele monstro me trazia uma tranquilidade...

Assim que cheguei também chamei Julian para me ajudar e sem pensar duas vezes ele aceitou me ajudar. Ian não tinha gostado muito da ideia de eu ter Julian tão intimo, mas no fundo ele sabia que isso era importante para mim e que quanto mais ajuda eu recebesse, melhor seria, e então ele simplesmente passou por cima de seu ciúmes doentio e tentava ignorar todas as vezes que Julian ia até nossa casa e ficava comigo para me ajudar nas buscas. 

Eu já estava há semanas procurando por Juliet mas não fui muito bem sucedida. Encontra-la estava mais difícil do que eu esperava, era literalmente como procurar uma agulha no palheiro. Nunca pensei que pudesse existir tanta Juliet Constantinova nos Estados Unidos como existia. O que facilitava um pouco nossa busca era o fato de eu saber a idade dela e sua naturalidade então mulheres mais velhas de trinta oito anos e que nasceram fora de Nova Orleans eram facilmente descartadas, mas ainda assim ela parecia estar escondida nesse mundo...

Eu já estava quase desistindo de encontrá-la, já tinha perdido a esperança e estava sem expectativas...

...

Era sábado de tarde e eu e Ian estávamos sentados no sofá assistindo televisão enquanto Alice dormia ao nosso lado. Nós tínhamos ido almoçar na casa de Robin porque ela tinha uma noticia importante para nos dar, minha cunhada estava grávida. A novidade não tinha como ter nos deixado mais felizes, Clarisse estava animada com o irmãozinho assim como Edna com o novo neto e eu e Ian com o sobrinho, até Alice tinha ficado toda faceira ao saber que iria ganhar um novo primo, não parava de falar que tinha um bebe na barriga de sua tia e que estava achando um máximo a ideia de Clarisse ter um irmão... A família estava crescendo e eu não podia estar mais feliz em ser parte dela...

Eu estava quase dormindo nos braços de Ian que fazia um carinho gostoso em meus cabelos, me sentia exausta depois de ter passado praticamente à noite em claro estudando para uma prova importante da faculdade já que de madrugada era o único horário que eu tinha tranquilidade para me concertar. Naquelas semanas eu estava dividida entre dar atenção para minha filha e ir procurar minha mãe, então para não ser injusta, na maioria do tempo eu ficava com Alice e quando ela dormia ou ia para escola eu procurava por Juliet, só me deixando a noite livre para estudar... Quando meus olhos estavam quase se fechando, Ian solta um longo suspiro e começa a falar. 

- Queria tanto saber como Alice iria reagir se fosse você que estava grávida... - Já sabia onde ele queria chegar com esse assunto...

- Acho que ela iria gostar, apesar de ficar com muito ciúmes ao saber que teria que dividir a atenção dos pais com um neném. - Levantei meu rosto para olhá-lo. Ian tinha uma expressão pensativa e um tanto seria, levantei minha mão e acariciei uma leve carranca que se formava entre suas sobrancelhas. - Eu estava quase dormindo com seu carinho. - Fiz um beicinho manhoso com o lábio inferior. 

- Será? Eu acho que Alice iria gostar... - Sorriu abertamente e beijou meu lábio que formava meu beicinho manhoso. 

- Alice ou o pai da Alice? - Arqueei as sobrancelhas. 

- Hey, porque não podemos ter outro filho? - Perguntou Ian com sinceridade fazendo meu coração se despedaçar. 

- Ei amor, não disse que não podemos. - Me ajeitei melhor no sofá para olha-lo e levei minha mão até sua nuca para acariciar seus cabelos. 

- Então é o que? - Passou o braço pela minha cintura me puxando para mais perto. 

- Porque agora não dá, amor. – Expliquei. – Eu tenho que terminar minha faculdade ainda e encontrar um emprego. Eu mal tenho tempo para Alice, imagine para mais um...

- Eu já falei que você não precisa se preocupar com isso, temos dinheiro o suficiente que sai de meus petshops, sem falar que eu ando pensando em voltar a trabalhar como veterinário em alguma clinica de alto nível por aqui...

- Ian, eu preciso disso para mim, não quero viver minha vida inteira nas suas custas, é humilhante, sabia? – Defendi.

- Não sei por que, somos casados, Nina, tudo que é meu é seu!

- Ian... – Gemi o reprimindo. – Já discutimos sobre isso... – Revirei os olhos. – Sem falar que Alice é muito nova ainda, temos que curti-la dar a devida atenção à ela enquanto podemos, tenho certeza que se esperarmos mais um tempo ela vai entender e aceitar melhor o fato...

- Nina, eu estou ficando velho... Eu quero mais filhos. – Odiava quando Ian vinha com essa conversa de que estava velho, ele sabia que idade era uma coisa muito significativa em nosso relacionamento.

- Amor, não fale isso! – O repreendi. – Eu preciso resolver minha vida, amor, preciso encontrar minha mãe, me entender com ela... Eu não sei se iria conseguir cuidar de um recém nascido com toda atenção que ele merece, como cuidei de Alice.

- Tenho certeza que vai ser tão boa mãe para esse bebe quanto foi e continua sendo para Alice.

- Ian, por favor... – Cerrei os dentes o repreendendo. – Hey, me escute, eu também quero ter outro filho mas agora não é a hora certa, podemos esperar uns dois ou três anos e eu juro que vamos ter um bebe...

- Tudo isso? – Choramingou e eu assenti. – Você jura?

- Juro!

- E não tem nenhuma chance de ter um bebezinho em sua barriga agora? – Falou imitando meu beiço manhoso de antes e colocando a mão sobre meu ventre vazio.

- Ian! – Cerrei meus olhos.

- É sério Nina, não tem nenhuma chance de você estar grávida agora?

- Não, nem um por cento de chances, amor... – Sorri divertida.

- Mesmo depois das diversas vezes que fizemos amor em camisinha em Malibu? – Os olhos de Ian assumiu um brilho lindo e mais uma vez meu coração se partiu por ter que acabar com a sua alegria.

- Não, amor, eu tomo injeção todo o mês...

- Ah... – Murmurou.

- Hey, nós vamos ter outro filho, ok? Só não agora... – O puxei parar mais perto de mim e selei nossos lábios comelando um beijo calmo. – E sabe, adorei a ideia de você voltar a trabalhar como veterinário... – Passei a mão em seu peitoral e subi para sua nuca brincando com a gola de sua blusa. – Vai te manter ocupado e longe dos negócios do seu pai e de Megan! – Sorri perversa.

- Por favor amor, faz muito tempo que eu não vejo Megan. – Sorriu divertido pelo meu ciúmes.

- Eu sei, mas ela pode voltar a querer ajudar teu pai e eu não vou gostar nada disso. – Fiz outro beiço e com outra a outra mão brinquei com seu rosto, passando o dedo em seu queixo e em seus lábios.

- Isso é bom... – Ele sorriu. – Podemos treinar muito até esses dois anos, não é? – Sorriu malicioso e me puxou pela cintura me beijando avidamente.

- Hey Ian... Ian! – Sorri em meio ao beijo tentando o afastar. – Ian, Alice... – Ele aproveitou minha brecha e seguiu para meu pescoço mesclando beijos e sutis mordidas no local. – Ian, Alice está aqui! – Falei me deliciando com suas caricias, eu precisava parar, nossa filha dormia exatamente ao nosso lado e nós estávamos nos agarrando como dois pervertidos.

- Não te entendo, Nina, você me manda parar mas fica se apertando contra mim... – Riu contra meu pescoço e foi descendo pelo meu tórax. E só assim percebi que eu o puxava cada vez mais para mim.

- Ian... – O soltei corando mas ele continuou em cima de mim. – Você não tem jeito, sabia? – O abracei o beijando levemente.

- E nem você! – Riu alto.

Assim que estávamos prestes a voltar com nossos beijos a campainha toca e Ian sai de cima de mim murmurando palavrões e pragas para quem estava do outro lado da porta. Levantei do sofá desajeitadamente e colocando minha roupa no lugar enquanto dava risada de Ian e fui para a porta.

- Candy, hey! – Sorri ao ver minha melhor amiga.

-Nins, desculpe vir desse jeito, sem avisar, mas eu precisava te mostrar isso! – Falou afoita.

- Por favor, você é da casa, sabe que não precisa avisar... – Sorri e ri mentalmente ao imaginar o que se passava na mente de Ian nesse momento. – Venha, entre.  – Dei espaço para ela passar e assim ela fez. – E então?

- Você disse que sua mãe era de Nova Orleans não é? – Assenti. – Então, rastreei novamente – Revirou os olhos. -  Só as Juliets de lá, tá, não foi difícil porque nós procuramos errado da primeira vez e dessa vez que eu fui mais afundo, acabei encontrando essa aqui... – Mexeu em sua bolsa tirando um papel dobrado ao meio e me entregando.

Minhas mãos estavam tremulas quando eu abri o papel. Nele estava impresso a foto de uma mulher não muito velha com longos cabelos, nele mostrava idade dela, 39 anos, sua nacionalidade, Nova Orleans e outras coisas que não me interessavam.

- Nina, tem mais uma coisa... – Me alcansou outra folha. – É um scanner de um jornal antigo que eu encontrei na internet relacionado com ela.

"Juliet Constantinova e Ryan Jules procuram sua filha, recém nascida, que foi supostamente sequestrada."

- É ela... – Sussurrei em meio a lágrimas.

Gente, desculpem, mas o cap ficou horrível...