segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Capítulo 32 - Goodbye Malibu


Eu já estava um bom tempo abraçado em Ian. Não queria me mover, os braços dele me traziam paz e segurança e eu sentia que se o soltasse meu mundo iria facilmente desmoronar. 

- Mamãe! - Alice gritou chorando aos prantos por mim. 
- Quer que eu vá? - Ian perguntou quando me afastei dele. 
- Não, não precisa... - Sequei meu rosto. - Se puder levar só um mama para o quarto, ela com certeza vai querer...
- Tudo bem, amor. - Me puxou contra seu peito me abraçando e beijando minha testa. - Nós vamos embora, ok? Essa noite! - Ajeitou meus cabelos. 
- Obrigada! - Agradeci e levantei o rosto para beija-lo. 

Rapidamente me soltei de Ian e fui ao encontro de Alice que me chorava em desespero. Já estava esperando Alice ter sérios pesadelos depois do que Michaela tinha feito com ela mas não pensei que ela fosse chorar desse jeito. Assim que entrei a encontro ajoelhada no centro da cama e quando apareço ela estica os braços em minha direção pedindo colo. 

- Pronto amor, mamãe ta aqui. - A peguei no colo e ela se aninhou em meu peito mas continuou chorando. - Pronto, filha, foi só um pesadelo, mamãe está aqui! - A apertei forte, fazendo carinho em seu cabelo. 
- Não me deixa, mãe! - Choramingou. Argh, aquilo doeu meu peito e eu fervi de raiva, Michaela tinha conseguido traumatizar minha filha. 
- Não amor, mamãe não vai te deixar, nunca, nunca. - A abracei forte. - Estou aqui te protegendo. - Aos pouquinhos ela foi se acalmando e seu choro agora eram só soluços. Ela ainda estava com sono então a deitei de volta na cama esperei que ela adormecesse novamente, não liguei que ela estivesse dormindo demais porque além de ela estar cansada nós também iriamos pegar o voo noturno de volta a NY então eu precisava dela descansada e bem humorada para que viajassemos.
- Posso entrar? - Três batidas leve na porta e minha sogra entra com a mamadeira de Alice na mão.
- Claro... - Sorri.
- Trouxe o mama da pequena. - Sorriu entrando e se sentando nos pés da cama.
- Obrigada vovó! - Sorri pegando a mamadeira e alcançando para Alice. Eu e Ian tínhamos pego a mania de chamar seu pai e sua mãe de vô e vó por causa de Alice.
- Achei que estivesse precisando de um colo de mãe agora... - Ela sorriu carinhosa pegando minha mão. - Como você está? - Me perguntou. Eu suspirei fundo e dei de ombros.
- Eu não sei! - Meus olhos se encheram de lagrimas novamente. - Eu simplesmente não sei, não sei o que pensar, não sei nem o que sentir... - Cheguei mais perto dela. - Sabe , não sei se fico feliz por não ser filha deles ou triste porque não sei de onde vim... Minha vida inteira eu fui filha de Michaela mas agora eu descubro que outra mulher me pariu, outra mulher com ideais e virtudes totalmente diferentes dos que eu fui criada! - Um soluço involuntário saiu de meu peito e só então percebi a intensidade de meu choro. - Minha vida inteira foi uma mentira e agora mais do que nunca eu me sinto abandonada... Michaela me tratava como uma qualquer e agora descubro que eu fui praticamente abandonada e nem se quer sei se eles foram me procurar... - Edna era minha confidente e isso era ótimo porque não precisava medir palavras com ela. - E dai eu paro para pensar o porquê ela me fez isso, porque não me procuraram? Porque me abandonaram? Eu nunca faria isso com Alice e mesmo se fizesse jamais iria parar de procurá-la. - Olhei para minha filha que já dormia ao meu lado. Eu sei que nunca iria abandoná-la, em hipótese alguma, isso iria contra todos os meus valores, ela era tudo para mim e eu não sei do que seria minha vida sem ela. - Minha vida poderia ser tão diferente se eles tivessem me encontrado, talvez eu nem precisasse ter sofrido tudo o que sofri... Isso me frustra demais... - Eu já não sabia o que falar mais para tirar o aperto que estava no peito então praticamente vomitei as palavras. 
- Querida, já parou para pensar que se tudo fosse diferente, que se realmente fosse encontrada pelos seus verdadeiros pais você não iria ter conhecido Ian, não iria ter tido Alice e nem se quer estaria aqui? - Acariciou minha mão compreensiva. - Eu sei que você sofreu muito e que ainda sofre, sei que deve ser muito difícil ter sido expulsa de casa e que agora deve doer demais saber que você viveu no meio de uma grande mentira, mas se não fosse por causa desse grande sofrimento você não teria essa menina maravilhosa que é Alice e também não seria essa mulher forte que é hoje! - Eu estava completamente sem palavras, Edna sabia sempre o que falar para me acalmar e dessa vez não foi diferente. - Você já sabe o que vai fazer? Se vai procurar sua mãe?
- Eu queria muito procurá-la, necessito saber a minha história, quero saber de onde vim, de tudo... Mas... - Olhei em seus olhos. - Mas ao mesmo tempo eu tenho medo.
- Medo de que, Nins?
- Medo de saber a verdade... – Exemplifiquei. – Medo de saber que eles realmente não me queriam e então me largaram na porta da primeira mulher que eles “confiavam”. – Fiz aspas. – Eu tenho medo de que essa mulher seja ainda pior que Michaela e que me de um chute no traseiro quando eu me apresentar, eu não sei se vou suportar mais uma rejeição...
- Sabe Nina, vou falar o que acho, ok? – Ela olhou para mim como se pedisse minha permissão e eu só balancei a cabeça concedendo. – Eu acho que é muito importante para você encontrar sua família biológica, dar uma chance para eles se explicarem e dar uma chance a si mesma, sabe? Vai que eles não sejam esse monstro como Michaela e Alexander? E se eles realmente te procuraram? – Ela esperou um tempo até que eu captasse tudo e então continuou. – E Nins, se eles forem iguais ou piores que seus pais “adotivos” você tem a nós, querida! – Sorriu. – Nós amamos você e nunca iremos te abandonar, mesmo se por alguma eventualidade você se separe de Ian... – Eu não consegui proferir mais nenhuma palavra, apenas me joguei no colo de minha sogra deitando a cabeça em suas pernas e ela começou a fazer carinho em meus cabelos enquanto eu encharcava de lagrimas sua calça de malha.  
...
Nossas coisas já estavam prontas, as malas já estavam no porta malas e nós só estávamos nos despedindo, meu sogro iria nos levar até o aeroporto com seu carro já que tinha alugado . Coloquei Alice em sua cadeirinha e antes de dar a volta para entrar ao seu lado, puxei Ian para um canto.
- Antes de irmos tem como passarmos em um lugar antes? – Sim, eu queria ver Michaela... Iria falar para ela que eu já sabia da verdade e que era para ela nunca mais me procurar.
- Claro... – Sorriu.

Eu entrei no carro ao lado de Alice e procurei dentro da bolsa meu celular só então me lembrando da existência dele. Assim que o liguei, recebi mensagens de “te ligou” e as mensagens atrasadas tudo de uma vez. Por incrível que pareça todas as ligações e mensagens eram de Julian...

<I> Hey Nins, preciso falar contigo, será que tem como me ligar assim que ler essa mensagem? </i>
Abri a próxima.
<i>Desculpe Nins, se não fosse importante não iria estar te incomodando assim, por favor, atenda o telefone... </i>
Cerrei os olhos preocupada.
<i> Ok, vou falar por mensagem mesmo. É o seguinte, Alex está sumido faz dias e eu queria te pedir ajuda para encontrá-lo...  Se você falou com ele nessas ultimas 48 horas me avise, ok? </i>
Alex...
<i>Nina, cadê você? </i>
Não me recordava de ter o avisado que iria viajar, eu sei que com Candice eu tinha conversado mas nada de Julian....
<i> Desculpe Nins... Não sabia que tinha ido viajar e que tinha voltado com seu marido, desculpe mesmo... Ah, não precisa se preocupar, acabei de encontrar Alex jogado na rua e obviamente drogado... Quando voltar para nyc me avise, beijos e curta sua viagem.</i>
Talvez tenha sido coisa da minha cabeça mas me pareceu que Julian não tinha gostado de eu ter voltado com Ian... Eu realmente esperava que fosse coisa da minha cabeça, não queria perder a amizade dele porque sei que se Ian descobrisse sobre a reação de Julian ele me faria escolher entre eles e no final, era obvio que eu escolheria Ian.


Sem eu perceber nós já estávamos parados em frente ao manicômio onde Michaela enquanto eu havia me perdido em pensamentos. 

- Onde estamos, mamãe? – Alie perguntou curiosa.
- Aqui é onde uma pessoa que eu quero conversar mora, filha. –Expliquei.
- Que lugar estranho de se morar... – Cerrou os olhinhos.
- Você nem imagina o quanto... – Ri sarcástica. – Alie, porque você não pede para o papai te levar para comer alguma coisa ali na esquina enquanto a mamãe resolve um assunto?
- Pai, me leva pra comer? – Falou em um tom sapeca.
- Vamos! – Ian assentiu de bom grado e nós saímos juntos do carro.

Eu entrei no local e fui até a recepção onde me encaminharam para os médicos.
- Então você é a famosa Nina... – Um médico de cabelos grisalhos me atendeu, ele segurava uma prancheta e anotava algumas coisas. – Nina o que?
- Nina Somerhalder... – Mordi o lábio nervosa.
- Você é o que da paciente?
- Sobrinha... – Suspirei fundo, não estava mentindo, Michaela era minha tia mesmo. Ele levantou o olhar para mim como se duvidasse do que eu havia dito e nós ficamos nos olhando por um tempo. – Descobri recentemente que ela é minha tia... – Revirei os olhos.
- Ela me disse que você é filha dela... – Cerrou os olhos.
- É, mas eu não sou! – Falei ríspida.
- Ela te chama muito, no dia que foi internada aqui tivemos que mantê-la sobre fortes medicações porque ela não parava de chamar por ti e uma tal de Alice, ela disse que precisava se desculpar contigo e que ela te amava demais...
- Ela é louca Doutor, não leve em consideração o que ela fala!
- Sabe Senhora Somerhalder... – Olhou minha mão esquerda. – O apoio dos familiares é fundamental no tratamento do paciente, mesmo que ela tenha cometido algum tipo de crime...
- Eu já disse que ela não passa de uma tia e tenho certeza que ela vai ter o apoio do marido dela. – Esbocei um sorriso falso e então cruzei os braços nervosa. – Mais alguma coisa? Estou com pressa, tenho um voo para nyc em algumas horas, não queria demorar aqui.
- Compreendo. – Me respondeu gélido e então guardou a caneta no bolso do jaleco.
Fui guiada por enormes corredores brancos com alguns bancos nas paredes e bebedouros ao lado. Aquele lugar era deprimente, havia pessoas com uma fisionomia horrível e acabada pelos cantos e eu conseguia ouvir gritos vindos de longe. Angustiante, medonho... Só assim consigo descrever. Aquilo sim era um inferno e se não fosse um, seria uma replica de um e finalmente, Michaela estava no lugar certo.
Chegamos até uma porta de um quarto e eu entrei. Encontrei Michaela lendo, tranquila e parcialmente sentada na cama, um livro o que me fez lembrar muito da época em que morávamos junto... Sem querer chamá-la apenas pigarreei.

- Nina! – Sorriu para mim.
- Eu já sei de tudo... – Sussurrei mantendo uma distancia favorável entre nós. – Como pode? – Falei entre dentes. – Eu esperava tudo de você menos isso...
- Nina, por favor, entenda meu lado, eu me apaixonei por você, não tinha como te devolver! – Começou a chorar.
- É só isso que você sabe falar? “Por favor, entenda meu lado”. – A imitei. – Você como sempre não pensou em mim, foi egoísta e só pensou em ti... – Revirei os olhos controlando as lágrimas. – Me diga uma coisa, você pretendia fazer a mesma coisa com a minha filha o que fez comigo, não é? A roubaria de mim, fugiria e então iria maltratá-la como fazia comigo acabando com a vida de mais uma pessoa... – Michaela não me respondeu só engolia minhas palavras. – É obvio que era isso, mas você não iria se dar bem nessa, eu jamais iria desistir de procurar por a minha filha e acredite que se você fizesse isso comigo eu iria transformar a sua vida em um verdadeiro inferno, Michaela! – Grunhi.
- Nina, porque tanto ódio? Você não é assim e sei que e sei também que vai se arrepender por estar sendo tão rude comigo.
- Só agora eu vejo que você não me conhece nada... – Ri sem graça. – Eu nunca vou me arrepender de alguma coisa que eu tenho certeza. – Falei desafiadora e ela só me observava assustada. – Eu não quero que você me procure nunca mais, se você ainda gosta de mim, um pingo que seja eu quero que você me esqueça, porque é o que eu vou fazer com você.
- Não Nina, não faça isso, por favor, eu imploro, por favor, me perdoe, não faça isso... – Ela se levantou da cama e veio em minha direção. – Nina, por favor, pense em tudo que a gente passou junto!
- Ah eu lembro, lembro sim. Lembro também do dia que você me chamou de vadia, vagabunda e me deu um tapa na cara... – Ri sem graça de novo. – Eu vou encontrar minha mãe biológica, Michaela, e eu espero que ela seja um pouco mais humana que você. – Me afastei dela e peguei na maçaneta da porta. – Adeus Michaela... – Eu abi a porta e no momento que fechei atrás de mim escutei ela gritando por mim e batendo na madeira para que eu voltasse.

Eu nunca mais iria vê-la e no momento que comecei a andar para sair daquele lugar uma tranquilidade imensa me atingiu e eu sabia que estava certa em seguir em frente. Assim que chegasse em casa iria começar a procurar minha mãe e a faria contar toda a verdade para mim.






3 comentários:

  1. Nina fez o que tinha de ser feito e cuspiu tudo o que devia na cara da Michaella. Espero que agora ela encontre a māe biológica e esqueça todo esse sofrimento, espero que ela seja finalmente feliz. (:

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  2. Muuito bom.É isso ai Nina,fala tudo mesmo pra Michaela.
    Espero que ela encontre a mãe biológica dela logo!!

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  3. \\o// Whooooou simplesmente A D O R E I a Nina jogando tudo cara desse estrume que é a Michaela! pq convenhamos, o mulherzinha detestável! tudo o que eu queria fazer com ela era esfregar uma orelha dela na outra :@ aff gente e ainda deixa a Ali traumatizada! ÓDIO! ÓDIO! ÓÓÓÓÓÓÓÓÓDIO! mas agora esse verme vai apodrecer ai nesse manicômio, lugar inclusive que eu tenho certeza q ela foi gerada, e a Nina vai encontrar a mãe dela e ..... não sei como vai ser a mãe dela mas acima de tudo quero q ela seja bem feliz :D
    Obs.: não vou dizer hj que a fic ta boa e que eu to louca pra ler o próximo pq EU TO TÃO ANSIOSA PRA LER O PRÓXIMO CAPITULO DESSA FIC MARAVILHOSA QUE MINHA NOSSA!!! O.O e tbm não vou dizer que a >MINHA< escritora esta de parabéns hj pq PARABÉNS É POUCO PRA DIZER O QUANTO VC ESCREVE FIC'S BEM!!! :D

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Não saía sem comentar (: