sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Capítulo 18 - You gotta be kidding

Fomos ao hospital e não demorou muito para eu ser atendida já que eu tinha plano de saúde.
Uma doutora simpática me atendeu e fez todas aquelas perguntas de sempre, o que eu tinha, como estava me sentindo, a quanto tempo estava passando mal, mediu minha pressão...
– Bom Nina, eu vou fazer um exame de sangue em ti e dependendo dos resultados vamos começar com um antibiótico. – Sorriu se levantando. – Quatro a cada cinco pacientes que eu atendi essa semana estavam com o mesmo sintomas que você... Vamos lá no laboratório retirar o sangue e em meia hora saberemos se tem alguma coisa alterada...– Fez sinal para que eu a seguisse.
Andamos por um corredor enorme até chegar a uma salinha toda branca, com alguns armários, uma pia, lixo e uma cadeira especial para retirar sangue.
Ergui minha blusa e fechei os olhos com força, esperando que o transtorno passasse. Sempre odiei agulhas e sangue, mas já que dessa vez era para descobrir o que eu tinha e acabar de uma vez por todas com todos esses enjoos, parecia nem ter doído tanto.
Quando tudo acabou, fui para uma sala de espera onde rapidamente um filme besta que passava na televisão prendeu minha atenção me fazendo nem perceber quando a mesma médica que me atendeu voltou com um envelope na mão e um sorriso radiante no rosto.
– Parabéns mamãe... – Falou me entregando o envelope.
– Desculpe ? – Perguntei.
– Pois é, seu HCG deu alterado...
– Oi ? – Perguntei incrédula. Era obvio que eu sabia do que ela estava falando, mas eu perguntaria todas as vezes possíveis para que ela afirmasse o contrario.
– Você está grávida, Nina... Parabéns. – Fiquei em choque. Não, não, não e não. Não podia ser verdade, isso tudo era apenas um sonho ruim do qual iria acordar e iria ficar extremamente aliviada por ter sido só um sonho...
– Não, tem alguma coisa errada... Esse exame não é meu, doutora, a senhora só pode estar equivocada! – Falei convicta.
– Nina, é seu mesmo! – Fez uma pausa. – Espera, você não sabe quem é o pai, é isso ? – Perguntou séria.
– Não, claro que eu sei...
– Ah, sim. Mas parabéns a mamãe! – Sorriu passando em minha barriga. – Mas agora vou voltar ao trabalho, boa sorte com a gravidez e tudo mais...
Eu estava perplexa, imóvel. Porque eu não estava acordando? Eu precisava acordar! Não podia ser verdade. Eu ia ser mãe? De um filho do Ian? Como? Ok, tudo bem que nossa maratona de sexo cooperava bastante para isso, mas não conseguia me lembrar quando não tínhamos nos protegido devidamente... A não ser na sua despedida há umas semanas atrás, quando acabamos perdendo o controle de nossos amassos e provocações na praia e seu estoque de preservativos na carteira tinha acabado.
Não conseguia me mexer, meus pés pareciam ter sido colados no chão e eu só percebi que estava chorando quando passei as mãos pelo rosto para arrumar meus cabelos.
Suspirei uma, duas, três vezes e em passos lentos fui ao encontro de Ian. Ele me recebeu com um sorriso e eu me afundei em seus braços escondendo meu rosto em seu peito.
– Ian... – Gemi. Não sei se conseguiria falar.
– Oi pequena! – Fez carinho no meu cabelo
– Ian... – Tentei novamente.
– Oi Nina... – Riu.
– Ian.... Eu – Minha voz falhou e eu tomei folego para continuar. –Eu...Eu estou grávida.
Não recebi nenhuma resposta... Só sabia que ele ainda estava vivo pelo seu coração que batia acelerado contra seu peito, porque nem respirar ele estava. Esperei mais um tempo, mas nada. Nenhum muxoxo, nenhum gemido, nenhuma respiração. Nada.
– Ian, fala alguma coisa... – Gemi. E então ele se moveu, pegou rosto delicadamente e me fez olhar bem dentro de seus olhos. – Eu não sei o que fazer... – Chorei descontroladamente.
– Pois eu sei... – Seus olhos eram sérios e eu senti medo de sua reação.
– O que ? – Perguntei mesmo não querendo saber a resposta.
– Nós vamos tê-lo... Simples assim! – Falou calmo me tranquilizando.
– Ian, meus pais...
– Nina, agora nós temos um filho... Tem ligação mais forte que essa? Você ainda acha que eu vou te deixar? - Desmoronei em seu colo depois de tudo isso. Eu estava perdida, completamente perdida... Não sabia o que seria da minha vida de agora em diante, a minha única certeza absoluta era que eu tinha Ian e aquela sementinha que crescia em mim.
– Ian, eu estou com medo...
– Tudo vai ficar bem, estamos juntos nessa! – Me abraçou mais forte.
O caminho até minha casa eu chorei, chorei desesperadamente. Não sabia direito porque estava tão arrasada, só precisava colocar para fora todo aquele misto de confusão e medo que estava sentindo...
Quando cheguei em casa meus pais não estavam e eu fui direto para minha cama agradecendo por não ter que explicar o meu estado para eles.
Passei a noite inteira pensando no que iria fazer a partir de amanhã, o que iria dizer para minha família ou para meus amigos...Um namoro eu poderia tranquilamente esconder, mas gravidez não era tão fácil assim, na verdade, não era nada fácil.
Grávida... Não conseguia acreditar... Não conseguia acreditar que um pedaço de Ian estava crescendo em mim, não conseguia acreditar que eu ia ser mãe! Mãe, sabe como essa palavra é assustadora quando se trata de você ? Não sei se iria conseguir, não sei se saberia lidar com tal responsabilidade... Mas eu precisava saber, precisava descobrir porque agora um coraçãozinho dependia de mim para bater.
Uma onda de felicidade me inundou e por um momento eu imaginei como essa criança seria... Desejei com todas as minhas forças por ser um menino, uma miniatura de meu Ian, com seus olhos azuis e um sorriso perfeito como o do pai. Não queria que nada meu estragasse a beleza desse bebê, por mim, ele poderia possuir todos os traços de Ian e eu ficaria imensamente feliz...
Mas rapidamente essa felicidade se tornou preocupação e meus pais tomaram conta de meus pensamentos.... Não fazia a mínima ideia de como iria jogar essa bomba para eles, já que tinha certeza que estaria no olho da rua assim que eles descobrissem. Eu precisava de tempo, tempo para prepara-los e ver a reação, tempo para conquistar a confiança deles e mostrar que eu não seria o fracasso da família e que seria uma boa mãe... Não iria conta-los de imediato, guardaria esse segredo até não ter mais como esconder, até minha barriga estar tão grande que nenhuma roupa escondesse.

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