Já era segunda de noite e meu coração batia acelerado contra meu
peito. Passei o dia inteiro estudando e mesmo assim as horas custaram a
passar... Parecia que quanto mais eu queria mais de vagar elas passavam,
principalmente quando eu não tinha ouvido a voz de Ian ainda no dia.
Estava
achando estranho só ter recebido uma mensagem de bom dia dele e mais
nada, já que todos os dias, algumas horas antes de nos vermos ele me
mandava um “Te vejo em algumas horas” e dessa vez não recebera nada.
Tudo bem, poderia estar ficando paranoica, mas todas essas mensagens
eram significativas pra mim...
Cheguei à academia e meu animo
desapareceu em um passe de mágica quando não encontrei Ian na esteira...
Era claro que ele não iria. Afinal, o que um homem perfeito de trinta
anos queria com uma pirralha de dezoito ? Ele estava me usando, é obvio e
eu inocente, me iludi.
Fui para o vestiário deixar minhas coisas
pensando seriamente em voltar para casa, mas quando eu estava saindo do
local, uma mão máscula me puxou para dentro do vestiário masculino e
nos trancou em uma cabine. De primeira reconheci o toque daquelas mãos
fortes em meus braços então não lutei contra ele.
Ian me prensou
contra a porta da cabine me fazendo abraçar sua cintura com as minhas
pernas para que não pudessem ver meus pés por de baixo da porta. Ele me
olhava de uma forma terna e eu parecia estar hipnotizada com seus olhos
azuis. Nossas respirações estavam extremamente ofegantes e eu tinha a
impressão de que meu coração fosse pular para fora do meu peito.
– Ian, porque me trouxe aqui.... – Sussurrei quebrando o silêncio.
– Precisamos conversar. – Falou.
–
Na cabine do banheiro ? – Tentei parecer indiferente para que ele não
notasse que eu estava magoada, mas seus olhos pareciam ter ficado
suplicantes e cheios de angustia. – O que foi ? – Por impulso toquei seu
rosto, acariciando suas bochechas com os polegares.
– Nina, não
sei como eu deixei isso acontecer, não sei o que você tem ou o que fez
em mim, mas você não sai de meus pensamentos... – Ele falou como se
aquilo doesse nele, parecia que estava assumindo uma culpa gigantesca. -
Eu sei você é bem mais nova, mas eu estou disposto a superar qualquer
problema se você aceitar ficar comigo – Sua voz era um sussurro e eu só
conseguia ouvi-lo por estarmos extremamente próximos. Demorei um tempo
para conseguir codificar tudo isso que ele estava me dizendo. Eu só
poderia estar sonhando... – Por favor nina, fale alguma coisa.... – Não
conseguia pensar direito, minha voz parecia não sair e a única coisa que
eu realmente queria era ter seus lábios contra os meus.
Não
aguentando mais, acabei com aquele maldito espaço entre nossas bocas o
beijando com vontade. Começamos um beijo voraz, repleto de desejo e
paixão. Suas mãos seguravam minhas coxas, as apertando levemente
enquanto eu bagunçava seus cabelos negros e o apertava mais entre minhas
pernas. Nossas línguas faziam uma deliciosa guerra e nenhum de nós
estava disposto a parar com aquilo.
Quando o ar foi necessário
Ian se dirigiu ao meu pescoço onde dava leves beijos e intercalava com
algumas sutis lambidas. Minha respiração já estava mais que ofegante e
eu não tinha mais forças para apertar seus largos ombros ou puxar seus
cabelos, então meus dedos procuravam algo que pudesse segurar atrás de
mim, mas sem sucesso eu tateava o azulejo liso. Um gemido de prazer saiu
de minha garganta quando seus dentes puxaram meu lôbulo da orelha,
descobrindo o meu ponto fraco.
Eu estava quase o parando quando
dois homens entraram no banheiro conversando alto nos separando. Escondi
meu rosto em seu pescoço tentando conter a vergonha de pensar na
possibilidade de ser pega nos amassos no banheiro da academia enquanto
Ian parecia se divertir com a situação constrangedora.
– Cara, espera ai, vou tirar água do joelho... – Um deles falou e a porta da nossa cabine foi forçada. Meu coração parou e eu fiquei tensa no colo de Ian. – Foi mau ai! – Se desculpou já que a porta não abrira.
“Calma” Ian falou sem voz enquanto esfregava a mão nas minhas costas me reconfortando.
– Tô indo lá, não demora ai! – O outro respondeu saindo do banheiro e eu relaxei.
–
Vamos sair daqui ? – Ian perguntou contra meus lábios com um sorriso
maroto e eu concordei atordoada. O banheiro parecia estar vazio e nós
aproveitamos o momento para sair de lá sem sermos vistos.
Pegamos
nossas coisas e fugimos. Concordamos em enforcar a academia aquele dia
para curtir nosso primeiro dia de namoro na praia.
A praia estava
vazia o que fazia o cenário mais romântico ainda. Ian se sentou na
areia e me colocou no meio de suas pernas e eu usei seu peito como
encosto e seu ombro como travesseiro. Ele fazia um carinho gostoso em
meus cabelos enquanto olhávamos abraçados as estrelas.
– Pensei que não fosse aparecer hoje... – Falei quebrando o silêncio.
–
Eu também. – Falou pensativo. – Eu estava decidido a não ir e não dar
mais sinal de vida, o que seria extremamente imaturo para minha idade...
– Riu. – Fui para a academia com a ideia de apenas conversar, falar que
não poderíamos ficar juntos e que você merecia alguém melhor... Mas
então, eu te vi sair do vestiário triste e cabisbaixa, não me deixando
outra escolha a não ser te puxar para meus braços. – Beijou minha
bochecha. – Você tem ideia o quanto seus olhos falam por você ? –
Entrelaçou nossas mãos. – Não consegui te ver triste daquele jeito... –
Suspirou aliviado.
– Obrigada... – Sussurrei.
– Já sabe o que vamos fazer ? – Me abraçou mais forte e eu me aconcheguei melhor em seus braços.
– A respeito ?
–
De sua família... – Claro, meus pais. Com certeza eles seriam um enorme
problema no meu relacionamento, mas eu estava disposta a enfrenta-los.
Nada iria me fazer parar de ver Ian, muito menos eles.
– A
ignoramos. – Dei de ombros e Ian riu alto. – E quando estivermos com a
data do casamento marcada, podemos até pensar em contar a eles...
–
Você tem certeza de que não quer contar ? – Ele perguntou e eu virei de
modo que ficasse de frente para ele, com sua cintura no meio de minhas
pernas.
– Absoluta! – Falei convicta. – Ficamos escondidos até onde der, quando não conseguirmos mais esconder, contamos.
–
Faremos como você achar melhor. – Sorriu. – Já tem ideia de como vamos
esconder esse namoro ? – Meu estomago revirou quando eu ouvi a palavra
namoro e eu sorri abertamente.
– Humm – Falei pensativa e o
roubei um selinho. – Vou continuar falando que vou à academia quando na
verdade vamos nos encontrar... – Sorri.
– Então, amanhã vamos ao
cinema...- Ian falou com uma distancia mínima entre nossos lábios e
dependendo de qual era a palavra eles se roçavam levemente. - Assistimos
um filme terrivelmente chato enquanto nos beijamos no escuro até que o
lanterninha os mande parar – Sussurrou sedutor no meu ouvido me fazendo
arrepiar até o ultimo fio de cabelo. – Ou então nós podemos assistir um
filme legal que você queira e eu fico te distraindo no meio da seção... –
Riu contra minha pele.
– Na quarta feira... – Sugeri que ele continuasse enquanto fazia carinho em sua nuca.
–
Na quarta, vamos ao shopping, andar de mãos dadas. Podemos dividir um
macarrão e fazer aquela cena típica da dama e o vagabundo, terminando
com um beijo de lábios de molho. – Fiz uma cara de nojo e ele riu
voltando a falar. – Ou, podemos dividir um sorvete e dar um beijo com
línguas geladas.
– Isso me parece melhor! – O beijei novamente. – Na quinta...
–
Na quinta podemos ir para academia e eu posso me gabar para todos os
idiotas daquele lugar que agora você é minha... – Apertou minha cintura e
para reprimir um gemido mordi seu lábio o fazendo sorrir.
– Na sexta... – Sussurrei sem folego.
–
Na sexta, você vai falar para sua mãe que vai dormir na casa de
Candicce quando na verdade vai passar a noite na minha casa e só vai
voltar no domingo de tarde... – Sorriu.
– Wow, minha agenda ficou lotada de repente...
– Relacionamento não é uma coisa fácil dona Nina. – Brincou.
– Aceito os desafios.
– Então eu também! – Ele sorriu e me puxou para mais um beijo.
Começamos
calmos, desfrutando todas as formas que nossas línguas podiam se
encontrar e explorando nossas bocas curiosamente. Suas mãos puxaram
minha cintura colando completamente nossos corpos continuando no mesmo
ritmo que paramos na cabine do vestiário. Eu apertava seus braços e ele
parecia gostar daquele contato então minhas mãos se moveram para seus
ombros e meus dedos “arranhavam” suas costas.
Ah, aquele homem
era a perdição. Seu beijo era delirante e suas mãos pareciam ter sido
feitas para minha cintura. Ian era um misto de fogo e paixão, ele
conseguia fazer uma mistura perfeita de paixão e desejo e transformar em
um beijo cheio de audácia.
Tudo foi ficando mais urgente quando um trovão nos fez separar e colar nossas testas ofegantes.
– Acho que vai chover... – Falou.
– Melhor irmos. – Outro trovão. Nos levantamos e abraçados fomos até o carro.
Fui
o caminho inteiro fazendo cafune em seus cabelos e me divertindo com
suas caras de satisfação. Com toda a certeza, aquele era um dos pontos
fracos dele.
Ian parou na esquina de minha casa e nós nos despedimos com um longo beijo.
Quando
notei, já era amor e eu nem imaginava. Sim, eu estava completamente
apaixonada por Ian Somerhalder e nada nem ninguém me faria parar de
vê-lo, nem mesmo meus pais.
Meu estomago revirava e o sorriso não
saia de meus lábios. Não conseguia descrever a felicidade que estava
sentindo naquele momento e eu sentia que todo aquele sentimento era
reciproco. Ele estava disposto a manter um namoro escondido por mim como
se fosse um adolescente, quer uma prova de amor maior ?
Não sabia onde tudo acabaria, mas estava disposta a ver. Afinal, quem está na chuva é pra se molhar, não é ?
Wow que pegação, mãos em todos os lugares... bocas grudadas LOL' ... adoooogo! de mais que de mais *o*
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