sábado, 11 de agosto de 2012

Capítulo 7 - Hiding the truth

Na manha seguinte acordei sozinha na cama. Minha cabeça já estava melhor mas mesmo assim aquela sensação de que ela pesava vinte quilos continuava ali. Meus olhos estavam inchados de tanto chorar e eu me sentia um pouco mais forte para enfrentar Ian depois de ter chorado e pensando tanto antes de dormir.
O relógio ainda marcava sete da manha, me virei para o outro lado tentando voltar a dormir mas meu sono parecia ter fugido para o andar de baixo da minha casa, para ser mais exata, estava concentrado no sofá da sala. Derrotada, me levantei, vesti meu robe e desci as escadas em silencio encontrando no sofá o motivo de minha insônia. Ian dormia com a mesma roupa que tinha saído ainda de sapato e por cima do cobertor, provavelmente ele tinha chegado há pouco tempo e por estar tão cansado não trocou de roupa nem nada.
Cheguei perto dele e de vagar tirei seus sapatos colocando seus pés para cima do sofá torcendo para que ele não acordasse e desafivelei seu cinto para que ele não ficasse tão desconfortável. Enquanto mexia nele, de sua roupa exalava um cheiro de álcool terrível e eu pude notar que ele tinha chegado bêbado em casa, principalmente devido ao modo pesado e desleixado que ele estava dormindo. Odiava quando Ian bebia, ele ficava sem controle e muitas vezes fazia o que não devia... Tentei cobri-lo mas como ele era muito pesado e estava deitado em cima do cobertor, não consegui ser bem sucedida e o acordei.
– Desculpe... - Murmurei envergonhada me afastando dele.
– Arghh - Grunhiu alto de dor ao abrir os olhos. - Minha cabeça vai explodir! - Apertou as temporãs de olhos cerrados.
– Você bebeu, Ian?
– Um pouco só! - Falou tentando deixar os olhos abertos. Eu sabia que era mentira, ele tinha bebido e muito por sinal.
– Sei... - Falei desconfiada. - Vou te dar uns comprimidos para dor e você volta a dormir, depois conversamos...
Ele assentiu e ficou sentado no sofá me esperando voltar. Dei o remédio para ele e o entreguei uma garrafinha com água que ficou vazia no mesmo segundo que foi aberta.
– Deite lá na nossa cama, vou ficar dormindo com Alice. - Falei tentando usar um tom de descaso mas era evidente a preocupação em minha voz. Não adianta, eu o amava e mesmo que ele tivesse feito aquilo para mim ontem eu ainda seria idiota e o socorreria e ficaria preocupada.
Novamente ele assentiu e tentou se levantar, mas acabou cambaleando e caindo no sofá.
– Venha, eu te ajudo a subir as escadas... - Falei com pena dele.
Ian me deu sua mão e eu o puxei colocando seu braço em cima dos meus ombros e com a outra mão segurei sua cintura suportando um pouco do seu peso. O cheiro de bebida estava insuportável nele e eu não iria deixa-lo dormir nos lençóis limpos da nossa cama sujo daquele jeito.
– Vamos, vou te dar um banho!
– Não, não precisa! - Resmungou.
– Precisa sim e não reclama! - Falei brava.
Cambaleamos até o nosso banheiro e eu peguei um pijama dele no meio do caminho. O deixei sentado na privada e fui o despindo com sua ajuda, depois liguei o chuveiro ignorando a temperatura baixa da água e o enfiei ali.
– Porra Nina, ta gelada! - Reclamou.
– Eu sei! É pra te acordar! - Defendi.
– Pronto, já estou acordado! - Choramingou.
– Calma, já esquenta... - Falei calma pegando o sabonete.
– Não precisa me dar banho. - Falou envergonhado. - Pode deixar, agora estou melhor... - Molhou o cabelo os ajeitando molhados para trás.
– Ok... - O entreguei o sabonete e ele me segurou ali me dando um beijo leve nos lábios.
– Nina...
– Depois conversamos Ian. Vou sair de tarde com Alice, fiquei muito tempo longe dela essa semana. Tome banho, durma que quando eu chegar nós conversamos... - Não consegui deixar o tom magoado de minha voz não transparecer. Eu podia ver que ele estava arrependido mas mesmo assim não conseguia deixar o assunto esquecido e agir como se nada tivesse acontecido.
Ian só assentiu me dando um ultimo beijo e eu o deixei tomar banho para não acabar caindo em tentação. Fui para o quarto de Alice e me deitei junto com ela na cama a puxando para os meus braços, adormecendo abraçada nela.
Eu e Alice acordamos por volta das dez horas, nos arrumamos e fomos ao shopping. Ian continuou dormindo e nem deu sinal de que fosse acordar enquanto nós duas nos arrumávamos cantando e dando risada.
– Mamãe, cadê meu papai? - Alice perguntou quando estávamos no meio do caminho no carro.
– Seu papai saiu ontem de noite e chegou super tarde e então ele ficou em casa dormindo...
– Preguiçoso! – Riu.
– Mas tudo bem, né? Nós vamos nos divertir bastante, vamos ao cinema, podemos ir ao salão e o que mais? - Falei olhando para ela pelo retrovisor.
– Oba, eu quero pintar a unha!
– Podemos pintar sim! - Falei sorrindo para ela.
Primeiramente nós fomos almoçar juntas e depois a levei para o cinema. Assistimos um desenho animado da Disney, almoçamos McDonalds e para fechar o dia de passeio, a levei no salão e nós fizemos as unhas.
Alice estava muito feliz, ficou falando o tempo todo que ela era moça e que ia no salão com a mãe, foi tão estranho ver minha menininha crescendo, já pintando as unhas, as vezes eu sentia tanta falta daquele meu bebezinho, de seus chutes quando eu estava grávida, agora eu tinha uma moçinha em casa e não mais um bebe... Nós duas estávamos precisando daquele momento juntas, durante a semana eu quase não tinha dado atenção a ela e pude perceber que ela estava sentindo falta de mim...
Quando chegamos a nossa casa Ian assistia jogo sentado no sofá e abriu um sorriso lindo quando nos viu chegar, Alice saiu correndo até seu colo e agarrou seu pescoço.
– Oi minha princesa! - Ian sorriu a enchendo de beijos a fazendo gargalhar alto. - Como foi o passeio com a mamãe?
– Foi muito legal, muito legal mesmo! - Respondeu animada.
– E o que vocês fizeram?
– Nós fomos ao cinema, comemos mc lanche - Contou nos dedinhos as coisas que nós fizemos. - E Ah!! - Bateu palma. - Nós fomos ao salão de beleza e fizemos as unhas, olha só - Mostrou suas unhas feitas. - É... É... Mamãe, como é o nome dessa cor mesmo?
– Malva! - Sorri.
– Malva, papai, é malva...
– Adorei filha, muito lindo, combinou com seu tom de pele... - Ian falou pegando suas mãozinhas e beijando seus dedinhos.
– Obigada. - Falou tímida.
– E a mamãe? Que cor ela pintou? - Sorriu olhando para mim.
– Ela pintou de vermelho bordo... - Deu de ombros.
– Mas estão lindas essas minhas mulheres.
– Obigada... - Ela respondeu da mesma forma. - Agora eu quero brincar com vocês dois... - Manhou.
– O que acha de pegar seu estojo de desenho e varias folhas e você e o papai irem lá na mesa da cozinha desenharem enquanto eu faço uma janta para nós três?
– Eu topo! - Ian falou.
– Eu também! - Alice sorriu e pulou no colo de Ian.
Os dois foram buscar as coisas para desenhar e eu me dirigi para cozinha esperando eles voltarem.
Ian realmente tinha esfriado a cabeça e parecia estar bem arrependido, foi ótimo ter o deixado um pouco sozinho para pensar. O vê-lo dessa forma fez minha culpa voltar quase triplicada. Como eu tinha conseguido fazer aquilo com Ian eu não sabia, mas de uma coisa eu tinha certeza, precisava contar para ele, só não sabia como... Tinha medo de sua reação, do que ele iria fazer com Alex quando eu dissesse que ele me beijou a força, não que ele não merecesse apanhar, na verdade ele merecia e muito, mas eu não queria fazer confusão por pouca coisa, principalmente porque aquele beijo não tinha significado nada para mim e só tinha servido para me deixar com raiva de Alex.
– Mamãe, papai não sabe brincar de cabeleireiro com a minha boneca! - Alice falou brava assim que chegou à cozinha.
– Ih, mas tem que aprender, não é? Onde já se viu, pai de menina e não sabe nem pintar a unha...
– Tem sim! Quem vai fazer meus penteados quando eu for pra escola e a mamãe não estiver em casa?
– Viu papai! – Falei rindo para Ian.
– Tudo bem princesa, papai vai aprender, prometo, ok?
– Ok... Agora vamos desenhar! - Pegou a mãozinha de Ian e o guiou até a mesa.
Enquanto eu preparava a janta conseguia ouvir os dois desenhando na mesa perto de mim.
– Aqui óh pai, vou desenhar eu, você e a mamãe... - Alice falou abrindo seu caderno de desenhos.
– Isso, me desenhe bem bonito, viu?
– Vou te desenhar em azul...
– Nossa filha, ficou igual a mim, só um pouco mais gordo mas ficou lindo...
– Tá, agora seu cabelo de preto...
– Eu sou cabeludo assim, sapeca?
– É sim! - Riu. - Agora vou desenhar a mamãe de vermelho...
– A mamãe também ficou igual, bem magrinha...
– É, a mamãe tem que comer muito brócolis para ficar bem foiti que nem eu!
– Eu também acho, Ali, mamãe tem que comer brócolis e muito feijão!
– Hey, eu não sou fraca! - Me defendi.
– É sim, mamãe!
– Vamos ver quem é fraca agora, Dona Alice! - Cheguei perto dela a fazendo cócegas.
– Ai ai ai mamãe! - Falou se retorcendo de rir em meus braços. - Tudo bem, você é foiti, você é foiti... - Riu tentando se livrar de mim. – Ai mamãe, ai, faz cócegas mãe... – Riu. – Papai, me salva... – Continuou rindo. – Tá bom mamãe, você é foiti, muito foiti...
– Huh, muito bem! - A coloquei sentada no cadeirão de novo a dando um beijo demorado na bochecha enquanto ela tentava se recompor do meu ataque de cócegas. - Olha só como esta ficando lindo esse desenho... – Suspirou. Na folha em branco havia dois círculos um tanto ovais rabiscados, o maior deles era o azul que tinha uns detalhes na parte de cima em preto o outro era o vermelho que era a metade do tamanho do azul, deduzi que aquele fosse eu... - E você? Cadê?
– Calma, vou desenhar! - Levantou a mão em minha direção em sinal para eu esperar. - Eu vou ser o rosa... - Pegou o giz e desenhou no meio do vermelho e azul outra bola oval pequena. - E agora os meus cabelos de Rapunzel... - Pegou o giz preto e fez "cabelos" compridos.
– Olha só, que desenho mais lindo! - Sorri voltando para o balcão onde cozinhava.
– Gostou, pai?
– Adorei Ali! Acho que você vai ser uma artista quando crescer.
– Obigada...
– Agora vamos fazer o que mais nesse desenho?
– Um sol! Ah, e uma flor também!
– Isso, coloque um chão para nós pisarmos porque não podemos voar né princesa!
– É sim! - Riu.
Nós jantamos e depois Ian deu banho em Alice e a fez dormir.
Eu o esperava sentado no sofá fingindo que estava assistindo televisão, quando na verdade, pensava na enorme discussão que teríamos. Eu tentaria manter a calma, não iria discutir por pouca coisa... Estava cansada daquele clima e não via a hora de fazer as pazes com Ian.
– Pronto, agora podemos conversar... – Ele se sentou ao meu lado e eu desliguei a televisão direcionando minha atenção a ele. Eu suspirei e esperei que ele falasse. Ian repetiu meu ato, arrumou seus cabelos esfregando as mãos no rosto nervoso e tomou fôlego para falar. – Nina... Me desculpe... Eu, eu... Eu não sei o que deu em mim... Eu sinto muito, sinto mesmo! – Suspirou. – Mas é que esses negócios todos estão me tirando do sério, essas reuniões com a arquiteta, a pressão que meu pai faz em mim... Está me enlouquecendo, sabe? E eu infelizmente acabo descontando em ti... – Suspirou fundo.
– Hey, você sabe que pode contar comigo, não é? Sempre vou estar aqui para você, sempre que quiser desabafar eu vou estar aqui... Amor, sou sua esposa, sempre te apoiarei. – Peguei sua mão.
– Eu sei pequena, eu só... Eu só... Me desculpe, ok? Você não sabe o quanto eu estou arrependido...
– Espero que isso não se repita Ian, nossa relação está se desgastando por pouco e eu não gosto disso.
– Eu também não... – Pegou meu rosto olhando dentro de meus olhos. Eu conseguia ver que ele estava arrependido mas não entendia o porque, nem tínhamos brigado tão feio assim...
– Tem alguma coisa que queira me contar? – Perguntei.
– Não, claro que não. – Riu amarelo. – Nina, eu te amo ok? Te amo demais, independente do que aconteça eu sempre vou te amar... – Segurou meu rosto acariciando minhas bochechas com os polegares.
Seus olhos eram cheios de carinho e eu não pude contá-lo a verdade sobre Alex... Não podia desaponta-lo. Essa seria uma história facilmente esquecida e superada então nem precisaríamos nos estressar por ela.
– Eu também... Te amo muito! – Falei o puxando para mim.
Comecei um beijo calmo e apaixonado, apenas nos curtindo, explorando nossas bocas e brincando com as línguas calmamente. Deixei minhas mãos prenderem em seus cabelos e ele segurou minha cintura me puxando para si de forma que nossos corpos se colassem deliciosamente. Passei meu braço em volta de seu pescoço e assim como ele o puxei para mim subindo em seu colo e o abraçando com as minhas pernas.
Minha resposta o fez sorrir de imediato em meio ao nosso beijo e eu aproveitei a brecha para mordicar seus lábios sensualmente. Ian agarrou minhas coxas e me pegou no colo nos levando para o nosso quarto enquanto nossos beijos ganhavam mais urgência.
Ian me despiu rapidamente e conforme minha pele foi ficando exposta, seus lábios me beijavam carinhosamente me enlouquecendo aos poucos junto com suas caricias deliciosas e com sua boca experiente trabalhando em meu sexo enquanto apertava minhas coxas. Nos virei na cama e comecei a despi-lo, fazendo o que ele tinha feito em mim só que beijando e acariciando ainda mais seu corpo, aproveitando de seus músculos do peitoral definido e coxas torneadas perfeitas.
Rapidamente ele nos virou na cama e me penetrou sem nenhum aviso prévio arrancando de mim um gemido extremamente alto. Nós movíamos nossos quadris juntos, freneticamente, com os corpos completamente colados, enlouquecidos de prazer. Minhas mãos apertavam forte seus braços assim que percebi que não aguentaria mais muito tempo e assim que meu clímax chegou, mordi mais forte ainda seu ombro para conter um gemido.
Ele saiu de cima de mim mas me puxou para seus braços, me aninhando em seu peito acariciando meus cabelos enquanto tentávamos retomar o fôlego.

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