Eu e Ian estávamos cada vez mais juntos e como Mike já tinha
melhorado, não tinha mais motivos e nem lugares para nos encontrarmos,
então, o arrastei para a minha academia assim passávamos o fim da tarde
malhando juntos e de noite ele me deixava em casa.
Eu realmente
não sabia o que estava sentindo por ele, Ian era um ótimo amigo,
conseguia me fazer sorrir mesmo quando eu estava extremamente mal
humorada , me fazia rir com suas piadas bestas ou com suas crises
possessivas quando algum homem vinha falar comigo na academia. Quando
estávamos juntos, queria que o tempo parasse naquele momento para que
nunca mais nos separássemos, mas quando nos separávamos eu contava o
tempo para vê-lo novamente... Nós simplesmente nos esquecíamos de nossa
diferença de idade( não que ligássemos muito) mas era incrível como nos
dávamos bem apesar disso.
Nunca pensei que me daria tão bem com
alguém em tão pouco tempo e bem mais velho, mas Ian me passava uma
segurança, uma confiança que fazia eu me soltar com ele. Com certeza ele
era um tipo de pessoa que eu queria para sempre do meu lado...
Já
era sexta feira e eu lia um livro antes de ir para a academia quando
meu celular tocou. Olhei no identificador de chamadas; Ian...
– Não vive sem mim mesmo... – Atendi rindo.
– Sobre isso que quero falar... – Pigarreou um tanto nervoso. – Quer sair hoje ?
Gelei. Sair? Sozinha? Com Ian? Tipo um encontro? Minha respiração parou.
– Nina?
– Sair ? – Procurei as palavras certas. – Onde quer ir ?
– Estava pensando em cinema e depois jantarmos em algum lugar... – Meu coração disparou e eu sorri, definitivamente era um encontro. – O que acha?
– Acho perfeito... – Sorri.
– Ótimo! – Falou animado. – Te pego as oito...
– Te espero... – Desliguei o celular.
Olhei no relógio, seis horas. Me levantei em um pulo, liguei o rádio e fui para o banho.
Tomei
um banho não muito rápido e sequei meu cabelo. Ainda enrolada na toalha
procurei uma roupa e como não fazia ideia de onde íamos jantar depois,
não sabia o que usar. Ainda na duvida, peguei um jeans de lavem escura
super skinny e combinei com uma batinha regata decotada e um sapato de
salto alto, fiz uma maquiagem básica e antes mesmo de ficar pronta meu
celular vibrou em sinal de mensagem.
Ian: Cheguei, estou na esquina como sempre...
Por motivos óbvios, pedia para ele me deixar na esquina já que não
seria nada legal minha mãe me perguntando de quem era o carro...
Passei perfume, peguei uma bolsa e fui para sala.
– Aonde vai ? – Meu pai perguntou.
– Hum, ao cinema com Candicce e algumas amigas e depois vamos sair para jantar... – Menti.
– Vai como ? – Perguntou.
– Candy veio me buscar. – Ah, como era ótimo ter uma amiga que dirigia... – Ela está me esperando...
– Não volte tarde! – Minha mãe gritou.
–
Pode deixar... – Falei baixo para mim mesma enquanto fechava a porta
atrás de mim. Avistei o carro preto de Ian e apressei o passo.
Ao abrir a porta do carro, Ian me recebeu com o sorriso que eu amava e
me puxou para um beijo de cumprimento, seu perfume delicioso inundou
minhas narinas me fazendo morder o lábio no meio de um sorriso e ele
soltar um riso divertido pela minha reação.
– Você escolhe o filme e eu pago... – Seu sorriso se alargou e ele deu partida no carro.
– Então você não pode reclamar se eu escolher um romance bem meloso. – Ele deu de ombros em descaso.
– Hoje eu aturo. – Sorriu e colocou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha quando o carro parou no semáforo.
Ian
vestia com uma camisa preta com a manga dobrada e os três primeiros
botões abertos revelando um pouco de seu peitoral, um jeans despojado e
um chapéu panamá que ficava perfeito com seus cabelos negros e os olhos
azuis. Fiquei o contemplando por longos minutos enquanto me divertia com
ele cantando uma musica desafinado e batucando no volante.
–
Espero que o filme esteja melhor que eu cantando Britney Spears... –
Corei quando percebi a forma que o olhava e como estava completamente
virada em direção a ele.
– Duvido muito... – Me endireitei no banco tentando voltar a minha cor natural.
–
Acho que posso lidar com isso. – Ian usou sua mão livre para entrelaçar
nossos dedos e me fazer um carinho com o polegar. Como sempre, minha
pele se arrepiou quando sua pele entrava em contato com a minha mas para
o meu alivio, ele pareceu não perceber. Fomos todo o percurso daquele
jeito e quando ele precisava usar a mão, repousava a minha em sua perna,
segurando sua coxa. Mas eu já estava acostumada, já que era sempre
assim quando ele me deixava em casa após a academia.
O inesperado
foi quando já havíamos chego no cinema e Ian abraçou minha cintura por
trás enquanto procurávamos no panfleto um filme para assistir...
–
Esse aqui parece legal – Apontou. Seu queixo estava apoiado no meu
ombro e eu conseguia sentir seu hálito pinicando meu pescoço.
– Hey, não era para eu escolher ?... – Provoquei. – Esse é terror Ian... Não gosto – Falei manhosa.
–
Só um palpite... – Ele me apertou mais e falou contra a pele do meu
pescoço. – Eu posso te dar a mão se quiser... – Senti cada centímetro do
meu corpo arrepiar e minhas pernas virarem gelatina, se eu não tivesse
encostada nele teria desabado no chão.
– Hmm mas mesmo assim quero essa comedia aqui! – Minha voz saiu um sussurro.
– Você quem manda... Volto já! – Me deu um beijo estralado na bochecha e entrou na fila enquanto fiquei o esperando onde estava.
Fiquei
olhando o movimento e no meio de uma multidão de pessoas encontrei um
rosto um tanto conhecido que vinha em minha direção.
– Nina! – Gemi reconhecendo a pessoa.
– Micheal... – Forcei um sorriso.
– Tenho tentado te ligar faz dias, mas você não atende.
– Jura ? – Me fingi surpresa. – Huuum, tinha esquecido que meu celular está estragado. Não recebe e nem faz ligações... – Menti.
–
Não brinca ? – Perguntou desapontado e eu assenti da mesma forma. Onde
estava Ian quando eu precisava dele para me salvar ? – Que bom que nos
encontramos, está sozinha ? – Sem me esperar responder, prosseguiu.-
Podemos sair ou assistir um filme... – Começou a tagarelar animado e eu
me controlava para não dar um fora nele.
– Na verdade, ela não
está sozinha. – Ao mesmo tempo em que pensei nele, sua mão agarrou minha
cintura me puxando para si e eu sorri vitoriosa.
– Ah, que
pena... – Micheal ajeitou sua postura e mudou sua expressão, ficando
sério. – Se tiver meu numero ainda, me ligue, podemos combinar. – “Uhum,
certeza” Pensei irônica
– Claro, ligo sim! - Concordei em falso.
– Então é isso... Prazer em te rever, Nina – Me deu um beijo na
bochecha e eu senti Ian ficar tenso atrás de mim. Ele estava com ciúmes ?
Dei um sorriso vitorioso e ele se retirou.
– Micheal... hum... – Ian falou mal humorado. Sim, ele estava com ciúmes...
– Está com ciúmes ? – Me virei para ele.
– Não, só estou fazendo uma lista de seus amigos mentalmente... – Falou com descaso. – São vários, hein...
– Alguns... – Falei pensativa o provocando e ele fechou a cara. – Então, qual filme vamos assistir ?
–
Nenhum... – Fez beicinho. – Todas as próximas seções vão demorar,
algumas estão com ingressos esgotados e outras já estão na metade do
filme. Então eu estava pensando em irmos direto para janta – Sorriu.
– E nós vamos comer o que ?
–
Segredo... – Sussurrou pegando minha mãe e entrelaçando nossos dedos. –
Mas acho que vai gostar. – Fomos até o carro de mãos dadas e do mesmo
jeito que viemos até o cinema, fomos comer.
Ian estava
extremamente carinhoso e eu comecei a estranhar, havia algo diferente em
seu olhar, parecia que ele queria falar algo mas não tinha coragem de
perguntar o que havia de errado.
No meio do percurso reconheci o
caminho que estávamos fazendo, se não me enganava, Ian estava me levando
para minha pizzaria preferida.
– Espero que goste de pizza. –
Falou quando estávamos quase chegando. – Se não me falha a memoria, você
adora esse lugar. – Sorriu e eu me lembrei que quando eu e Candicce
fomos mostrar a cidade para ele, eu havia mencionado alguma coisa como
“Aqui tem a melhor pizza da cidade” ou algo do gênero mas nunca pensei
que ele fosse usar isso a seu favor.
– Você é inacreditável, sabia ? – Falei sorrindo boba.
–
É, já me falaram isso algumas vezes... - Ian falou convencido e eu
fechei a cara. Era obvio que eu não era a primeira a falar isso para ele
e era obvio também que ele já sabia disso... – Brincadeira, Nina! – Riu
e eu continuei com a mesma expressão. – Só queria ver sua reação...
– Já te falaram que você é um bobo ? – Recolhi minha mão de seu colo.
–
Também – Já havíamos chegado à pizzaria e ele estacionava o carro
enquanto eu fingia mal humor. Ian desligou o carro e soltou seu cinto de
segurança para olhar para mim. – Já te falaram que você fica linda
quando está com ciúmes ? – Sua mão estava em meu pescoço e seu polegar
fazia um carinho gostoso em minha bochecha.
– Quem disse que eu
estou com ciúmes ? – Senti cada parte de minha pele se arrepiar com
aquele contato e eu me deliciava com aquela caricia inclinando meu rosto
em sua mão. Minha voz saiu um sussurro e eu me concentrava em não fazer
o que não devia me endireitando no banco nos separando.
– Eu estou falando...
–
Vamos jantar ou ficar aqui no carro discutindo quem está ou não está
com ciúmes ? – Ele riu alto e nós saímos do carro. Quando me dei conta
ele já estava do meu lado abraçado na minha cintura como antes.
– E você estava com ciúmes... – Sussurrou no meu ouvido e eu o soquei com o cotovelo.
A
janta decorreu normalmente, Ian pediu metade de pizza doce só porque eu
gostava e ainda me lambuzou com o chocolate me dando alguns pedaços na
boca e me limpando com o guardanapo.
Já quando estávamos indo
embora, ainda no estacionamento da pizzaria Ian me abraçou no caminho
até o carro para me proteger do vento frio da noite e eu aceitei
passando meu braço pela sua cintura.
– Terei a honra de outro
encontro ? – Já estávamos quase chegando na esquina de minha casa quando
ele quebrou o silencio insuportável que estava no carro.
– Vou
pensar no seu caso... – Sorri brincando com seu cabelo e ele me olhou
carinhoso sorrindo daquela forma que eu amava demais. – Não faça isso – O
repreendi e ele pegou minha mão dando um beijo nela.
Como sempre, paramos na esquina e Ian desligou o carro, retirou o cinto e se virou para mim.
– Uma pena que não conseguimos ver filme... – Péssima, mas não queria deixar aquele carro tão cedo.
– Fica para próxima...
– Vai ter próxima ? – Brinquei sorrindo sínica bem perto dele.
– Você que decide, vou ter a honra de um segundo encontro ? – Perguntou entrando na minha.
– Encontro? Se tivesse sido um encontro você já teria me beijado... – Mordi o lábio.
Ian
sorriu e pegou meu rosto delicadamente nos aproximando e selando nossos
lábios. O beijo começou calmo mas logo a língua quente de Ian tocou
meus lábios pedindo passagem. Dei a brecha necessária para que nossas
línguas se encontrassem e começassem a se entrelaçar calmamente. Elas
moviam-se com sincronia e ao mesmo tempo sedentas pela outra, parecia
que quanto mais contato tínhamos, mais queríamos... Minhas mãos estavam
em seus cabelos enquanto ele acariciava minha cintura e percorria
curiosamente cada parte da minha boca com sua língua.
Ficamos
longos minutos nos beijando e quando o ar foi necessário tive que conter
um gemido satisfeito ao sentir meu lábio inferior entre os dentes de
Ian. Terminamos nosso beijo com alguns selinhos e Ian encostou nossas
testas sussurrando ofegante contra meus lábios.
– Então, agora já
é um encontro ? – O beijei rapidamente puxando seu lábio da mesma forma
que ele fez. – Te vejo segunda na academia para conversarmos sobre
nosso cinema... – Apertou minha cintura e eu mordi o meu lábio dessa
vez.
– Boa noite, Ian. – Sorri presunçosa contra seus lábios e roubei mais um beijo rápido.
Sai
do carro ainda um tanto atordoada, tentando organizar meus pensamentos e
tirar o sorriso besta que estava estampado no meu rosto.
adooooro essa primeiro beijo deles \o/
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