sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Capítulo 5 - A date? Really?

Eu e Ian estávamos cada vez mais juntos e como Mike já tinha melhorado, não tinha mais motivos e nem lugares para nos encontrarmos, então, o arrastei para a minha academia assim passávamos o fim da tarde malhando juntos e de noite ele me deixava em casa.
Eu realmente não sabia o que estava sentindo por ele, Ian era um ótimo amigo, conseguia me fazer sorrir mesmo quando eu estava extremamente mal humorada , me fazia rir com suas piadas bestas ou com suas crises possessivas quando algum homem vinha falar comigo na academia. Quando estávamos juntos, queria que o tempo parasse naquele momento para que nunca mais nos separássemos, mas quando nos separávamos eu contava o tempo para vê-lo novamente... Nós simplesmente nos esquecíamos de nossa diferença de idade( não que ligássemos muito) mas era incrível como nos dávamos bem apesar disso.
Nunca pensei que me daria tão bem com alguém em tão pouco tempo e bem mais velho, mas Ian me passava uma segurança, uma confiança que fazia eu me soltar com ele. Com certeza ele era um tipo de pessoa que eu queria para sempre do meu lado...
Já era sexta feira e eu lia um livro antes de ir para a academia quando meu celular tocou. Olhei no identificador de chamadas; Ian...
– Não vive sem mim mesmo... – Atendi rindo.
– Sobre isso que quero falar... – Pigarreou um tanto nervoso. – Quer sair hoje ?
Gelei. Sair? Sozinha? Com Ian? Tipo um encontro? Minha respiração parou.
– Nina?
– Sair ? – Procurei as palavras certas. – Onde quer ir ?
– Estava pensando em cinema e depois jantarmos em algum lugar... – Meu coração disparou e eu sorri, definitivamente era um encontro. – O que acha?
– Acho perfeito... – Sorri.
– Ótimo! – Falou animado. – Te pego as oito...
– Te espero... – Desliguei o celular.
Olhei no relógio, seis horas. Me levantei em um pulo, liguei o rádio e fui para o banho.
Tomei um banho não muito rápido e sequei meu cabelo. Ainda enrolada na toalha procurei uma roupa e como não fazia ideia de onde íamos jantar depois, não sabia o que usar. Ainda na duvida, peguei um jeans de lavem escura super skinny e combinei com uma batinha regata decotada e um sapato de salto alto, fiz uma maquiagem básica e antes mesmo de ficar pronta meu celular vibrou em sinal de mensagem.
Ian: Cheguei, estou na esquina como sempre... Por motivos óbvios, pedia para ele me deixar na esquina já que não seria nada legal minha mãe me perguntando de quem era o carro...
Passei perfume, peguei uma bolsa e fui para sala.
– Aonde vai ? – Meu pai perguntou.
– Hum, ao cinema com Candicce e algumas amigas e depois vamos sair para jantar... – Menti.
– Vai como ? – Perguntou.
– Candy veio me buscar. – Ah, como era ótimo ter uma amiga que dirigia... – Ela está me esperando...
– Não volte tarde! – Minha mãe gritou.
– Pode deixar... – Falei baixo para mim mesma enquanto fechava a porta atrás de mim. Avistei o carro preto de Ian e apressei o passo.
Ao abrir a porta do carro, Ian me recebeu com o sorriso que eu amava e me puxou para um beijo de cumprimento, seu perfume delicioso inundou minhas narinas me fazendo morder o lábio no meio de um sorriso e ele soltar um riso divertido pela minha reação.
– Você escolhe o filme e eu pago... – Seu sorriso se alargou e ele deu partida no carro.
– Então você não pode reclamar se eu escolher um romance bem meloso. – Ele deu de ombros em descaso.
– Hoje eu aturo. – Sorriu e colocou uma mecha de cabelo para trás da minha orelha quando o carro parou no semáforo.
Ian vestia com uma camisa preta com a manga dobrada e os três primeiros botões abertos revelando um pouco de seu peitoral, um jeans despojado e um chapéu panamá que ficava perfeito com seus cabelos negros e os olhos azuis. Fiquei o contemplando por longos minutos enquanto me divertia com ele cantando uma musica desafinado e batucando no volante.
– Espero que o filme esteja melhor que eu cantando Britney Spears... – Corei quando percebi a forma que o olhava e como estava completamente virada em direção a ele.
– Duvido muito... – Me endireitei no banco tentando voltar a minha cor natural.
– Acho que posso lidar com isso. – Ian usou sua mão livre para entrelaçar nossos dedos e me fazer um carinho com o polegar. Como sempre, minha pele se arrepiou quando sua pele entrava em contato com a minha mas para o meu alivio, ele pareceu não perceber. Fomos todo o percurso daquele jeito e quando ele precisava usar a mão, repousava a minha em sua perna, segurando sua coxa. Mas eu já estava acostumada, já que era sempre assim quando ele me deixava em casa após a academia.
O inesperado foi quando já havíamos chego no cinema e Ian abraçou minha cintura por trás enquanto procurávamos no panfleto um filme para assistir...
– Esse aqui parece legal – Apontou. Seu queixo estava apoiado no meu ombro e eu conseguia sentir seu hálito pinicando meu pescoço.
– Hey, não era para eu escolher ?... – Provoquei. – Esse é terror Ian... Não gosto – Falei manhosa.
– Só um palpite... – Ele me apertou mais e falou contra a pele do meu pescoço. – Eu posso te dar a mão se quiser... – Senti cada centímetro do meu corpo arrepiar e minhas pernas virarem gelatina, se eu não tivesse encostada nele teria desabado no chão.
– Hmm mas mesmo assim quero essa comedia aqui! – Minha voz saiu um sussurro.
– Você quem manda... Volto já! – Me deu um beijo estralado na bochecha e entrou na fila enquanto fiquei o esperando onde estava.
Fiquei olhando o movimento e no meio de uma multidão de pessoas encontrei um rosto um tanto conhecido que vinha em minha direção.
– Nina! – Gemi reconhecendo a pessoa.
– Micheal... – Forcei um sorriso.
– Tenho tentado te ligar faz dias, mas você não atende.
– Jura ? – Me fingi surpresa. – Huuum, tinha esquecido que meu celular está estragado. Não recebe e nem faz ligações... – Menti.
– Não brinca ? – Perguntou desapontado e eu assenti da mesma forma. Onde estava Ian quando eu precisava dele para me salvar ? – Que bom que nos encontramos, está sozinha ? – Sem me esperar responder, prosseguiu.- Podemos sair ou assistir um filme... – Começou a tagarelar animado e eu me controlava para não dar um fora nele.
– Na verdade, ela não está sozinha. – Ao mesmo tempo em que pensei nele, sua mão agarrou minha cintura me puxando para si e eu sorri vitoriosa.
– Ah, que pena... – Micheal ajeitou sua postura e mudou sua expressão, ficando sério. – Se tiver meu numero ainda, me ligue, podemos combinar. – “Uhum, certeza” Pensei irônica
– Claro, ligo sim! - Concordei em falso.
– Então é isso... Prazer em te rever, Nina – Me deu um beijo na bochecha e eu senti Ian ficar tenso atrás de mim. Ele estava com ciúmes ? Dei um sorriso vitorioso e ele se retirou.
– Micheal... hum... – Ian falou mal humorado. Sim, ele estava com ciúmes...
– Está com ciúmes ? – Me virei para ele.
– Não, só estou fazendo uma lista de seus amigos mentalmente... – Falou com descaso. – São vários, hein...
– Alguns... – Falei pensativa o provocando e ele fechou a cara. – Então, qual filme vamos assistir ?
– Nenhum... – Fez beicinho. – Todas as próximas seções vão demorar, algumas estão com ingressos esgotados e outras já estão na metade do filme. Então eu estava pensando em irmos direto para janta – Sorriu.
– E nós vamos comer o que ?
– Segredo... – Sussurrou pegando minha mãe e entrelaçando nossos dedos. – Mas acho que vai gostar. – Fomos até o carro de mãos dadas e do mesmo jeito que viemos até o cinema, fomos comer.
Ian estava extremamente carinhoso e eu comecei a estranhar, havia algo diferente em seu olhar, parecia que ele queria falar algo mas não tinha coragem de perguntar o que havia de errado.
No meio do percurso reconheci o caminho que estávamos fazendo, se não me enganava, Ian estava me levando para minha pizzaria preferida.
– Espero que goste de pizza. – Falou quando estávamos quase chegando. – Se não me falha a memoria, você adora esse lugar. – Sorriu e eu me lembrei que quando eu e Candicce fomos mostrar a cidade para ele, eu havia mencionado alguma coisa como “Aqui tem a melhor pizza da cidade” ou algo do gênero mas nunca pensei que ele fosse usar isso a seu favor.
– Você é inacreditável, sabia ? – Falei sorrindo boba.
– É, já me falaram isso algumas vezes... - Ian falou convencido e eu fechei a cara. Era obvio que eu não era a primeira a falar isso para ele e era obvio também que ele já sabia disso... – Brincadeira, Nina! – Riu e eu continuei com a mesma expressão. – Só queria ver sua reação...
– Já te falaram que você é um bobo ? – Recolhi minha mão de seu colo.
– Também – Já havíamos chegado à pizzaria e ele estacionava o carro enquanto eu fingia mal humor. Ian desligou o carro e soltou seu cinto de segurança para olhar para mim. – Já te falaram que você fica linda quando está com ciúmes ? – Sua mão estava em meu pescoço e seu polegar fazia um carinho gostoso em minha bochecha.
– Quem disse que eu estou com ciúmes ? – Senti cada parte de minha pele se arrepiar com aquele contato e eu me deliciava com aquela caricia inclinando meu rosto em sua mão. Minha voz saiu um sussurro e eu me concentrava em não fazer o que não devia me endireitando no banco nos separando.
– Eu estou falando...
– Vamos jantar ou ficar aqui no carro discutindo quem está ou não está com ciúmes ? – Ele riu alto e nós saímos do carro. Quando me dei conta ele já estava do meu lado abraçado na minha cintura como antes.
– E você estava com ciúmes... – Sussurrou no meu ouvido e eu o soquei com o cotovelo.
A janta decorreu normalmente, Ian pediu metade de pizza doce só porque eu gostava e ainda me lambuzou com o chocolate me dando alguns pedaços na boca e me limpando com o guardanapo.
Já quando estávamos indo embora, ainda no estacionamento da pizzaria Ian me abraçou no caminho até o carro para me proteger do vento frio da noite e eu aceitei passando meu braço pela sua cintura.
– Terei a honra de outro encontro ? – Já estávamos quase chegando na esquina de minha casa quando ele quebrou o silencio insuportável que estava no carro.
– Vou pensar no seu caso... – Sorri brincando com seu cabelo e ele me olhou carinhoso sorrindo daquela forma que eu amava demais. – Não faça isso – O repreendi e ele pegou minha mão dando um beijo nela.
Como sempre, paramos na esquina e Ian desligou o carro, retirou o cinto e se virou para mim.
– Uma pena que não conseguimos ver filme... – Péssima, mas não queria deixar aquele carro tão cedo.
– Fica para próxima...
– Vai ter próxima ? – Brinquei sorrindo sínica bem perto dele.
– Você que decide, vou ter a honra de um segundo encontro ? – Perguntou entrando na minha.
– Encontro? Se tivesse sido um encontro você já teria me beijado... – Mordi o lábio.
Ian sorriu e pegou meu rosto delicadamente nos aproximando e selando nossos lábios. O beijo começou calmo mas logo a língua quente de Ian tocou meus lábios pedindo passagem. Dei a brecha necessária para que nossas línguas se encontrassem e começassem a se entrelaçar calmamente. Elas moviam-se com sincronia e ao mesmo tempo sedentas pela outra, parecia que quanto mais contato tínhamos, mais queríamos... Minhas mãos estavam em seus cabelos enquanto ele acariciava minha cintura e percorria curiosamente cada parte da minha boca com sua língua.
Ficamos longos minutos nos beijando e quando o ar foi necessário tive que conter um gemido satisfeito ao sentir meu lábio inferior entre os dentes de Ian. Terminamos nosso beijo com alguns selinhos e Ian encostou nossas testas sussurrando ofegante contra meus lábios.
– Então, agora já é um encontro ? – O beijei rapidamente puxando seu lábio da mesma forma que ele fez. – Te vejo segunda na academia para conversarmos sobre nosso cinema... – Apertou minha cintura e eu mordi o meu lábio dessa vez.
– Boa noite, Ian. – Sorri presunçosa contra seus lábios e roubei mais um beijo rápido.
Sai do carro ainda um tanto atordoada, tentando organizar meus pensamentos e tirar o sorriso besta que estava estampado no meu rosto.

Um comentário:

Não saía sem comentar (: