sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Capítulo 33 - Fight

– Mamãe eu senti a Alice mexer! – Clarisse correu para Robin.
– É mesmo? E ela chutou bem forte?
– Bem fortão mãe e disse que me deixa brincar com a mamãe dela...
– Mas que linda essa nossa priminha nova... – Melissa ironizou.
– Nós brincamos de casinha e tia nina me ensinou a dar banho no nenê!
– É mesmo? E a tia Nina sabe dar banho no nenê? – Ian sorriu e veio chegando perto de mim com um sorriso brincalhão, com certeza esquecendo do ataque histérico de mais cedo e me dando um beijo no pescoço. Sem que ninguém percebesse me desvencilhei de seus braços o olhado séria.
Sim, eu ainda estava magoada pelo modo que Ian tinha me tratado. Ele não precisava ter sido tão grosso ou estúpido, principalmente na frente da família toda. Talvez fosse meus hormônios que estavam me deixando mais sensível ou Ian que estava mudando...
– Conversamos mais tarde, Ian. – Falei ríspida.
– Nina, o que foi? – Segurou minha mão.
– Mais tarde, Ian.... – Me soltei indo em direção a mesa.
– Ian, lembra quando nós fizemos nosso mapeamento na mesa? – Melissa gritou animada. Sutilmente desprendi a atenção do que fazia e me liguei na conversa dos dois.
– Nossa eu nem me lembro mais onde eu sentava... – Ian riu.
– Mas eu me lembro, era bem do meu ladinho, perto da ponta da mesa. – Mordeu o lábio.
– Você sempre me surpreendendo! – Gargalhou.
Respirei fundo uma vez. Duas vezes. Na terceira eu estava me controlando para não causar o maior escândalo. Essa prima já estava passando dos limites de bom senso.
Qual o problema dela? Dar em cima de um homem na frente da namorada dele, francamente! Aah, mas como eu queria saber o que tinha acontecido com esses dois no passado ou melhor, “nos velhos tempos” como ela tinha dito.
– Iaan, vem, vamos relembrar os velhos tempos... venha! – Falou manhosa.
– Mel, o Ian tem que se sentao ao lado da namorada né! – Edna interferiu.
– Não, que isso... – Ri pelo nariz. – Deixa ele aproveitar a prima, me sento aqui com Robin – Menti.
– Não precisa fazer isso Nina... – Edna falou calma.
– Eu insisto. – Sorri fraco sem mostrar os dentes.
– Vem Ian.
Achei melhor desligar da conversa alheia dos dois primos com saudades e fui me sentar ao lado de minha cunhada.
Eu não queria ser a namorada chata que sente ciúmes e tudo e que quer saber do passado inteiro do homem para depois brigar com ele, por isso estava me mantendo neutra com os dois (quando na verdade, todo esse ciúmes e curiosidade estava me corroendo por dentro). Ver Ian rindo com outra mulher que aparentemente tinha um passado sério com ela estava me sufocando tanto ao ponto de que nem a comida estava me descendo.
– Tia, não brinca com a comida... – Clarisse me repreendeu e só então percebi que estava apenas mexendo com a comida no prato.
– Desculpe linda, tia está sem fome.
– Não vai ganhar sobremesa! – Falou me fazendo rir.
– E você, vai ? - Perguntei a cutucando. – Robin, Melissa é prima de sangue de vocês ?
– É sim, filha da irmã de mamãe – Sorriu desentendida. – Porque?
– Não, é que eu não pude deixar de perceber como ela e Ian se dão bem...
– Ah esses dois... – Riu.
– O que tem eles? – Mordi o lábio curiosa.
– Nina, eu acho que você tem que falar com ele sobre isso. Não é assunto meu – Falou sem jeito. – Sinto muito...
– Foi tão sério assim?
– Foi um tanto sério sim, mas como eu disse, isso é um assunto seu e de Ian – Tomou um gole de suco. – Briga de marido e mulher a gente não deve meter a colher...
Nessa altura eu já estava mais do que nervosa, imaginando tudo que rolou com ele. O que realmente me irritava era Ian nunca ter citado um romance com algum familiar e isso me fazia pensar que ele ainda não havia superado isso tudo.
Tentei comer o máximo que conseguir, mas meu estomago parecia querer expulsar a comida toda vez que eu ouvia os risos altos de Ian com Melissa. Logo após o jantar eu ajudei Edna e Robin na cozinha enquanto Ian continuava a se divertir com a vadia na sala de estar.
Enquanto nós arrumávamos a cozinha, tentei roubar mais informações sobre os dois, mas ao invés disso, só recebi olhares cautelosos e desconfiados. Com tudo isso eu desisti do assunto porque pelo jeito nenhuma das duas estava disposta a soltar uma informação se quer.
Quando voltamos para sala, uma boa parte das pessoas já tinha ido embora e para minha tranqüilidade Melissa estava nessa lista. Infelizmente, Ian não estava sozinho acabando com a oportunidade de conversarmos. O deixei ali na sala jogando cartas com o seu pai junto com Clarisse dormindo em seu colo e me recolhi. Por mais que eu tivesse deitado antes do jantar ainda assim estava muito cansada e sem Ian mesmo fui para o quarto.
Coloquei um pijama leve para me deitar e rapidamente cai no sono. O sono era leve e com a mesma facilidade que dormi, acordei com Alice se mexendo. Não, na verdade ela estava quietinha, era estranho... só parecia que ela estava com... soluço.
– Oh filha, vamos dormir? Mamãe ta com sono... – Me sentei na cama acariciando minha barriga tentando acalmá-la mas assim que ouviu minha voz, Alice se espreguiçou começando a se mexer. – Te acordei, foi ? Você e seus aam, soluços também acordaram a mamãe...
– Acordada ainda minha pequena? – Ian entrou no quarto sorrindo.
– Alice está agitada e com soluço... – Falei ríspida.
– Com soluço ? – Riu.
– Uhum...
Ian sorriu e pegou seu pijama da mala e vagarosamente foi se despindo e minha frente. Juntei todas as minhas forças para não pular em cima dele e arrancar fora sua roupa de uma vez e aquela cueca que marcava perfeitamente suas nádegas e seu membro. Ele sabia que eu estava brava com ele e por isso estava tentando me seduzir, cachorro, odiava como ele me conhecia tão bem e como ele sabia todos os efeitos que o corpo dele causava em mim...Fechei os olhos e só abri assim que ele se deitou ao meu lado colocando a mão sobre minha barriga e a cabeça em minhas pernas.
– O criança, vamos dormir para mamãe descansar ? – Tentou acalmar a bebe, mas assim como tinha acontecido comigo, ela mexeu quando ouviu a voz de Ian tão perto dela. – Mal cresceu e já esta tirando o sono da mamãe...
– Ian, ela gosta da sua voz, não está ajudando em nada! – Falei fria. Ian levantou a cabeça me olhando sério ao perceber meu jeito não muito carinhoso de falar com ele.
– Ok Nina, o que está acontecendo ? – Coçou a cabeça nervoso. – O que eu te fiz?
– Estou magoada, só isso...
– Foi Melissa, não foi ?
– Foi você Ian, você! – Falei séria controlando as lágrimas. – Ok, Melissa também, mas você ajudou.
– Mas o que eu fiz? – Perguntou culpado.
– Foi grosso, um estúpido! Precisava ter falado comigo daquele jeito? Precisava ter tirado Clarisse do meu colo daquela forma?
– Mas amor você sabe que não pode pegar peso!
– Ian ela não é pesada, não iria nos fazer mal. – Defendi.
– Como você sabe? Falou exatamente a mesma coisa quando você sangrou! – Brigou.
– Ok mas precisava ter sido grosso daquele jeito? Principalmente na frente de todo mundo?
– Desculpe amor, eu só estava cuidando de vocês!
– Espero que não se repita, Ian. – Falei com os olhos marejados.
– Juro que não vai acontecer mais se você jurar não pegar mais Clarisse! – Sorriu levemente.
– Já falei que não vou mais pegá-la... – Continuei com o tom grosso.
– Ah pequena, não fique assim comigo... – Pegou meu rosto delicadamente e se aproximou para me beijar mas assim que nossos lábios iam se tocar eu virei o rosto tirando sua mão de mim. – O que foi dessa vez? – Se ajeitou na cama.
– Ian, me fale de Melissa...
– O que tem ela?
– Vocês, vocês... Já tiveram algo, não é ? – Ian não respondeu, só ficou me olhando sério parecendo que escolhia as palavras pra me dizer. – Ian, não meça palavras e não omita fatos, eu vou acabar descobrindo mais cedo ou mais tarde e prefiro que você seja a fonte. – Ele respirou fundo passando a mão pelo rosto nervoso, retomou fôlego e começou.
– Nós tivemos um caso só... – Deu de ombro.
– Prossiga. – Exigi.
– Só isso, nós tínhamos um caso, costumávamos a ficar juntos sempre que nos víamos... – Continuou com o descaso.
– Defina ficávamos juntos...
– Nina... – Me repreendeu cansado.
– Ian, eu vou perguntar para Robin ou até para a própria Melissa!
– Você sabe Nina, ficávamos juntos... – Corou nervoso.
– Vocês transavam, não é mesmo? – Ele assentiu. – E mesmo assim você ficou com ela mesmo eu estando aqui!
– Nina, eu não a amo como eu te amo! E sério, ela foi só sexo, da forma mais fria e carnal possível, uma distração! – Se defendeu. Nojo, nojo e nojo. Nojo de imaginar Ian a tocando como ele me toca, nojo de imaginar ela gemendo por ele... ÓDIO por estar imaginando tudo isso e ainda pensar em Ian tendo um orgasmo com ela... Meu estomago revirou.- Nina, ela é minha prima, eu gosto muito dela apesar de tudo. Não posso deixar os laços familiares acabarem.
– Ah ótimo! – Debochei. – Você faz ideia como eu estou me sentindo imbecil agora?
– Nina, ela é minha prima! – Repetiu. – Só temos laços familiares agora, é você que eu amo...
– E você vai continuar se esfregando com ela mesmo sabendo como eu me sinto?
– Me esfregando nela?
– Sim Ian, se esfregando nela. – Me controlei para não gritar. – Ela estava quase sentando em seu colo e você não estava nem ai! Como você acha que eu me senti?!
– Quantas vezes tenho que dizer que ela é minha prima?
– UMA PRIMA QUE DEU PARA VOCÊ, PERCEBE A DIFERENÇA? VOCÊ TRANSOU COM ESSA PRIMA, FEZ SEXO! TA ENTENDENDO? – Não me controlei e acabei gritando. -
– E como que você acha que eu me senti quando você me evitou todo aquele tempo? Toda vez que ia te fazer um carinho, você esquivava!
– Ah então você estava se esfregando nela para me atingir? – Deixei as lagrimas descerem pelo meu rosto. – Francamente Ian, quanta maturidade! – Sequei meu rosto e ajeitei todos os travesseiros em minha volta.
– Nina, calma, vamos conversar!
– Vou dormir, Ian, estou com sono e Alice já dormiu. – Me virei me abraçando em um travesseiro abafando o som de meu choro.
Infelizmente não podia mandar Ian para o sofá ou eu mesma não poderia dormir lá, então me contentei em ficar o mais longe do corpo dele possível. Para não correr o risco de acordar abraçada em Ian de manhã, coloquei um travesseiro de baixo da minha barriga, outra no meio de meus joelhos e fiquei abraçada em outro, ficando extremamente confortável.
– Nina, vamos conversar! – Se debruçou em mim acariciando minha cintura.
– Me deixe em paz.
– Nina... – Insistiu.
– Boa noite, Ian!

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