sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Capítulo 12 - Trying to talk

Eu ainda estava sob o efeito daquele final de semana agitado com Ian, parecia um filme em minha cabeça e eu mal esperava para ter a parte dois. Já era quarta feira e eu não tinha o visto naquela semana ainda porque meus pais começaram a desconfiar e então concordamos em ficar sem nos ver uns dias, por mais que isso fosse uma tortura, era melhor ficarmos longe do que corrermos risco de sermos descobertos.
Confesso que já estava cansada de namorar escondido, cansada de ter que mentir toda vez para ver Ian. Queria muito poder dormir em sua casa sem ter que colocar Candicce na história, queria que ele passasse a tarde comigo em minha casa ou que eu pudesse realmente apresenta-lo para meus pais... Odiava a minha falta de coragem, minha mãe tinha deixado bem claro o que iria fazer comigo se ela soubesse do meu namoro com Ian e por mais que ele tinha dito que não iria me abandonar quando eu precisasse dele eu tinha medo que se um dia terminássemos, eu iria ficar sozinha. Mas isso era algo que eu nem se quer cogitava, afinal, nem tínhamos brigado ainda e nossa relação era perfeita.
A escola estava tranquila, sem muitas coisas para fazer e boa parte das tarefas eu já havia adiantado, então para aproveitar meu tempo livre fiquei a tarde assistindo televisão na sala. Minha mãe aquele dia chegara mais cedo com crises de enxaqueca e como ela estava sensível, decidi que aquela era a melhor hora para preparar terreno sobre tudo o que estava acontecendo em minha vida, por mais agradável que aquele momento mãe e filha estava sendo, eu precisava começar a me abrir com ela.
– Mãe, porque você é contra namoro na minha idade?
– Por que eu acho que você tem que curtir, focar nos estudos e no futuro... Sem se preocupar com relacionamento, vai ter tempo o suficiente para namorar quando mais velha.
– Quando eu estiver velha e enrugada ? - Ri.
– Ah, você entendeu... – Falou irritada.
– Mas namorar é parte do futuro, seu namorado pode ser seu futuro marido. – Dei de ombros.
– Nina, meninas da sua idade normalmente não sabem o que querem da vida. Eu por exemplo, nunca tinha me pensado em casar com dezoito anos! – Ok, realmente eu nunca tinha parado pra pensar em casamento, até conhecer Ian. Na verdade, comecei a fazer muitas coisas depois de conhecer Ian, uma delas era discutir com a minha mãe.
– Normalmente... – Afirmei.
– Ok, digamos que 95% não sabem.
– Mãe, você esta afirmando que eu não quero nada com nada ? É isso ?
– Não Nina, só estou falando que para tudo tem seu tempo, não tente pular fases.
– E você acha que eu tenho que decidir começar a namorar com uns 25, me casar com 32, engravidar com uns 38... – Falei debochada.
– Mais ou menos isso... – Falou com descaso. – Nina, eu comecei a namorar seu pai com 21 anos. Com 23 nós casamos e eu te tive com 24. – Fez uma breve pausa. – Eu era muito nova ainda, confesso que tive que abrir mão de muitas coisas na época... Não que eu me arrependa, mas foi muito difícil! – Minha mãe adorava falar que minha gravides tinha sido complicada e quando eu nasci mais ainda por não ter tido apoio de seus pais... Coisa que eu já sabia saltiado mas ela insistia em relembrar.
– Eu sei mãe, não estou falando em engravidar, mas sim em namorar, curtir... – Não era nesse ponto que eu queria chegar, precisava encontrar as palavras certas para perguntar o que tinha em mente. - Você era virgem quando conheceu meu pai ? – Fui direta, não tinha outra forma de perguntar isso para minha mãe e por mais que eu tivesse escolhido as palavras ela ainda me olhou assustada.
– Por que isso agora, Nina ?
– Porque eu quero saber oras! Quero conversar!
– Tem alguma coisa acontecendo que eu preciso saber? – Me olhou nos olhos desconfiada.
– Claro que não! – Sorri amarelo desviando o olhar.
– Sim, seu pai foi o primeiro homem em minha vida! – Falou orgulhosa. – Eu simplesmente não me sentia a vontade com os outros homens, seu pai me passava segurança e eu senti que ele era o homem certo. – Era assim que eu me sentia com Ian, por mais que eu não tivesse perdido minha virgindade com Ian, ele foi o único que tinha feito eu me sentir daquele jeito.
– E quando eu sentir que eu encontrei o homem certo ?
– Nina, você é uma criança ainda! – Me repreendeu. – Tem muito mais no que pensar ao invés de sexo! – A olhei incrédula pelo seu comentário infame e a raiva me tomou conta.
– Eu não teria tanta certeza disso!
– Como é ? - Perguntou assustada.
– Pois é mamãe, eu não teria mais tanta certeza de que sua menina é uma criança ainda.- Me levantei do sofá. – E sabe de uma coisa? Não tem nada que você possa fazer para mudar isso!
– Nina, venha aqui e me conte essa historia!
– Não tem nada para contar, infelizmente ou felizmente aconteceu, apenas tente se contentar que eu não sou mais uma criança!
– Assunto encerrado, Nina Dobrev! – Gritou.
– É obvio que não íamos conversar sobre isso, é o que você sempre faz, foge dos assuntos!
– Mas é como você disse... Não tem nada que eu possa fazer que traga sua virgindade de volta... - Se exaltou.
– Assunto encerrado, então! – Sorri sarcástica não querendo me acabar em lagrimas e subi para meu quarto.
Sem pensar eu apenas peguei uma bolsa e apressadamente desci as escadas passando como um furacão pela sala e saindo de casa., agradecendo pela minha mãe não ter me visto.
Eu não sabia para onde ia só queria estar longe daquela casa, para um lugar que eu me sentisse segura novamente. Primeiramente eu tinha pensado em pedir socorro para Candicce, mas não era o conselho dela que eu precisava no momento. Eu precisava de um determinado abraço, de um beijo em especial e de braços fortes em minha volta enquanto eu tentava dormir. Sim, eu fui para Ian, para a clinica veterinária onde tinha certeza que o encontraria.
Fui o mais rápido que consegui e fiquei aliviada por Ian já estar indo embora.
– Nina ? Que foi ? – Me perguntou assustado quando viu minhas condições.
– Só me abrace... – Sussurrei o abraçando forte.
– Shh... Vai ficar tudo bem, eu estou aqui! – Falou contra meu cabelo. – Calma, calma... – Era só aquilo que eu precisava, seus braços, sua voz e distancia da minha casa e eu estava segura novamente... – Venha, vou te levar para casa!
– Não, nem pensar que eu coloco o pé lá! – Briguei.
– Ok, vamos para minha casa e dai você me conta o que aconteceu... – Falou. Eu assenti e então fomos para seu carro e no caminho contei o que tinha acontecido.
Ele me aguentou desabafando até o fim da janta e enquanto comemos ( ou melhor enquanto ele comia, porque não me descia absolutamente nada). Quando terminamos Ian me puxou para sentar no sofá e me aninhou em seu peito.
– Nina, eu sei que família é uma coisa complicada, temos que aturá-los por mais difícil que seja... – Fez carinho no meu cabelo. – E sabe, não podemos simplesmente falar tudo o que guardamos quando estamos de cabeça quente... Tenha um pouco de paciência, sua mãe precisa de tempo para conseguir entender que sua filha é uma mulher! O primeiro passo você já deu, que foi contar uma parte da história para sua mãe, agora só esperaremos mais um tempo para contar tudo...
Com muitos conselhos e uns sermões eu fui ficando mais calma e voltando ao meu humor normal, conseguindo quase me esquecer de tudo que havia acontecido
Então eu parei para pensar... Ian sabia muito de mim, mas em compensação eu não sabia quase nada dele. Não sabia se ele tinha família, se era órfão, quantos tios, primas tinha... Nada.
– Amor... E a sua família?
– O que tem ela? – Perguntou calmo.
– Você nunca me falou dela...
– Eles ainda moram no Canadá. Meu pai é Robert e minha mãe Edna, minha irmão mais nova Robin e um mais velho Bob...- Sorriu contra meu cabelo. - Seus sogros simplesmente surtaram quando eu disse que iria vir para cá – Riu. – Mas de uma certa forma foi bom, menos uma boca para alimentar...
– Você morava com os pais ? – Me afastei para olhá-lo.
– Uhum – Sorriu. – Tem coisa melhor? Não precisava lavar roupa, passar, fazer comida... Só dividia as despesas com a mamãe e ainda comia comida caseira!
– Francamente Ian! – O repreendi rindo.
– Não tinha motivos para morar sozinho, era solteiro e meus pais moravam na mesma cidade que eu... – Deu de ombros. Ian criou um brilho nos ohos incrivel enquanto falava de sua familia, pelo jeito eles eram muito ligados.
– Quero conhece-los...
– Viajaremos um dia até lá – Me beijou. - Talvez no natal, quando a cidade estiver cheia de neve e a casa dos meus pais estiverem toda decorada... - Sorriu.
Ficamos um tempo namorando e depois de muita insistência, consegui fazer Ian me levar para casa. Quando cheguei minha mãe me esperava sentada no sofá tomando alguma coisa enrolada no rob, fiquei um tempo parada sem saber o que fazer quando ela bateu a mão ao lado dela para que eu me sentasse. Me sentei e ela começou a falar.
– Nina... – Falou calma. – Não quero saber como, quando e nem onde foi, só quero saber se você se protegeu.
Sem saber o que responder e não querendo mais um surto eu apenas afirmei com a cabeça e ela suspirou aliviada pegando na minha mão e fazendo um carinho.
– Ótimo... – Sorriu ternamente me deu um beijo na testa e subiu me deixando sozinha na sala e extremamente confusa.

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