sábado, 11 de agosto de 2012

Capítulo 19 - Dinner

Ian Narrando
Nina tinha me deixado falando sozinho no restaurante. Ela ainda insistia em falar sobre Megan, insistia em saber sobre eu e ela. Será que ela não entendia que era ela que eu amava? Meu deus porque ela tinha que ser tão complicada assim?
Além do mais, ela havia beijado Julian e continuava a sair com ele com se nada tivesse acontecido e ainda queria sair com a razão...
Sim, eu estava com ciúmes dela, na verdade estava morrendo de ciúmes dela. Ela era minha e ficava saindo com outros homens... Não conseguia aceitar isso e era orgulhoso demais para assumir para ela que eu não via mais Megan.
Eu não queria falar sobre Megan, não via necessidade. Eu não a via mais, não queria voltar para os negócios de meu pai para não vê-la mas Nina parecia não abrir mão de sair com Julian. Robin insistia que eu voltasse para os negócios mas eu continuava relutante, não queria ver Megan, agora que tinha finalmente conseguido me livrar do encosto, não queria recuperá-lo. Tudo bem que havia a visto algumas vezes, mas isso não conta, nós só falamos sobre trabalho e assim que tinha tentado conversar sobre “nós” eu a parei. Eu não a via mais e não fazia mais questão de vê-la também.
No final da tarde, cuidei o horário para esperar a hora que Alice chegasse da escola para irmos jantar. Nina tinha me dito que havia prometido levar Alice para nós três jantarmos juntos e por mais que tivéssemos discutido mais cedo, eu iria levar as duas para comer.
Era quase seis horas quando bati na porta de minha antiga casa para pegá-las pra irmos jantar. Nina demorou uns dois minutos para atender a porta e eu imaginei que ela estivesse com Alice no quarto dos brinquedos.
– Ian? O que faz aqui? - Revirou os olhos ao me ver.
– Não íamos jantar em família? - Sorri sedutor para ela, sabia que Nins adorava esse meu sorriso.
– Falou certo, íamos! - Falou brava. - Não vamos mais. - Cruzou os braços. - Ah, porque não vai jantar com Megan? Muito melhor, não é? - Eu podia perceber que pelo seu tom autoritário que ela estava magoada. Mas o que eu poderia fazer? Estava ali correndo atrás dela...
– Nina, pare de falar besteira, estou aqui para buscar minha família para jantar...
– Sua família - Enfatizou o "família". - Dispensa... - Sorriu irônica.
– Papai! - Nina estava quase fechando a porta quando Alice desce vagarosamente as escadas para me ver.
– Princesa! - Sorri abertamente me agachando para que ela corresse para os meus braços.
– Que bom que você esta aqui paizinho! - Me abraçou forte deitando sua cabeça em meu ombro.
– É pois é, mas ele já estava de saída, não é Ian? - Nina falou grossa.
– Ah não, não vai papai... Fica brincando com a gente, estávamos brincando de restaurante, você poderia ser o nosso cliente! - Sorriu.
– Não filha, papai tem que ir pra casa dele... - Nina falou friamente.
– Não pai, por favor, fique aqui... - Me olhou com os olhinhos cheios de lagrimas e depois olhou para mãe dela pidona.
– Papai vai ficar sim filhinha! - A peguei no colo e olhei para nina provocativo. - O que acha de nós três irmos jantar juntos?
– Estou fora! - Nina rebateu. Meu deus, como conseguia ser tão teimosa?
– Mãe, vamos com nós... - Alice falou manhosa. - Você me prometeu que iríamos jantar em família.
– Ah filha...
– Por favorzinho mamãe... - Nina suspirou derrotada e descruzou os braços.
– Mamãe vai filha...
– Oba! - Alice bateu palmas feliz.
– Mas antes de irmos tem uma moçinha que tem que fazer xixi...
– Não tem não... - Ali se fez de desentendida.
– Ah tem sim! - Sorriu para nossa filha.
– Não, não... - Levantou o dedinho fazendo que não.
– Será que não? - Nins levantou as mãos em direção a ela se preparando para a fazer cócegas.
– Não mamãe! - Riu se preparando para o ataque que iria receber. - Ai papai me salva... - Abraçou meu pescoço para se proteger.
Nina começou a fazer cócegas em nossa pequena que se contorcia em meu colo. Nina estava extremamente perto de mim e eu conseguia sentir seu perfume delicioso, conseguia sentir suas mãos que as vezes escorregava para o meu peitoral enquanto fazia cócegas em Ali e suas pernas contra as minhas quando ela chegava mais perto de nós. Ao perceber que eu a olhava intensamente e que quase nem percebia o desespero de Alice em meu colo, Nina parou e pegou Alice de meu colo.
– Vou levá-la no banheiro e já voltamos... – Falou fria.
Eu só assenti e entrei na sala as esperando sentado no sofá. As duas voltaram e nós fomos para o restaurante. Nina não falou absolutamente nada comigo e se sentou no banco de trás com Alice para me evitar. Chegando ao restaurante, pedimos a mesa e uma cadeirinha para Alice, a colocamos em uma ponta da mesa e nos sentamos um de cada lado da mesa.
– Mamãe, você não vai se sentar ao lado do papai?
– Não filha, estou bem aqui... – Falou tensa.
– Por favor mamãe. Gosto de ver vocês juntinhos...
– Sente-se Nina, eu não mordo. – Falei sorrindo para ela. Nina revirou os olhos e se levantou vindo se sentar ao meu lado contra gosto.
– Bem melhor agora! – Ali sorriu.
– Ali, o que você quer tomar? – Nina perguntou pegando sua mãozinha.
– Suco de morango! – Falou animada. – Quero suco de morango, bem grandão! – Completou.
Nós fizemos os pedidos e o assunto acabou. O silencio reinou na nossa mesa e Alice se debruçou na mesa nos olhando tristonha. Ela conseguia perceber o clima pesado entre nós e isso estava a acabando. Nina mal se movia ao meu lado e mal respirava também. Não sabia o que fazer, ela não falava comigo e eu não conseguia e aproximar.
– Como foi a escola, princesa? – Perguntei para Alice.
– Foi chata... – Respondeu. – Não quero mais ir à escola...
– Por não, filha? – Nina finalmente deu sinal de vida.
– Por que não, não gosto mais de lá... Prefiro passar com vocês. – Fez beiço.
– Filha, você sabe que nós somos ocupados e que se pudéssemos ficaríamos com você! – Falei.
– É sim filha e para isso você precisa ir para a escolinha, se divertir, fazer amizades, aprender... – Nina sorriu para ela.
– Mas eu prefiro me divertir com vocês... Eu quase nunca fico com vocês dois juntos e quando fico vocês ficam quietos e tristes....
– Aw filha... A gente te ama demais, não fique assim. – Nina falou.
– Vocês juram que vão passar mais tempo comigo?
– Juramos, amor! – Falei magoado.
– Agora vamos jantar! – Nina mudou de assunto.
– Não quero, mamãe...
– Mas tem que comer amor. Pedimos camarão que você gosta, peixe... – Nina falou.
– Não, eu não gosto!
– Então eu vou comer tudo! – Falei a provocando.
– Coma! – Falou desaforada. – Estou nem ai.
– Alice, isso é jeito de se falar com seu pai? – Nina a corrigiu. – Você não assim, peça desculpas para ele! – Nina fez pulso firme com ela mas Alice fez bico e ficou manhosa.
– Não precisa Nins... – Falei, não gostava de ver Nina brigando com Ali.
– Não Ian, ela não pode fazer má criação. Vamos lá Alice, estou esperado... – Alice não falou nada. – Alice Dobrev Somerhalder. Cinco... Quatro...
– Tá bom... – Suspirou. – Desculpe papai!
– Isso, agora o de um beijo e um abraço forte!
– Está desculpada amor... – A peguei em meu colo a dando um beijo.
– E agora, mamãe, você não vai dar um beijo e um abraço no papai?
– Não filha, nós não estamos brigados...
– Eu sei que estão! – Rebateu.
– Ali, vamos mudar de assunto, agora coma, ok?
– Não quero. – Fez uma careta carrancuda.
– Então você não vai ganhar a sobremesa de morango com chocolate.
– Tudo bem, tudo bem... Se for assim, quero camarão!
– Muito bem! – Nina falou a dando na boca um camarão.
A nossa janta demorou mais do que o previsto, Alice fez mais birra do que em sua vida inteira e eu e Nina acabamos discutindo na frente de Ali porque eu não concordei de ela ser tão dura com Alice. Eu não conseguia ser tão duro com ela, meu coração desmoronava ao ver seus olhinhos azuis tristes por eu ter brigado com ela, já Nina era diferente. Não que ela fosse grossa ou estúpida, não, ela era uma mãe maravilhosa, a melhor que já vi, mas também dava limites para Ali e era nisso que a gente não concordava, para mim, Alice era criança e não precisava disso tudo... Resultado, nossa filha ficou ainda pior depois de nos ver discutindo e eu já não sabia mais o que fazer.
Chegando em casa Alice não me deixou ir embora e se agarrou em mim até dormir. Acabou comigo vê-la chorando por mim e com aquilo pude perceber o quanto ela estava sentida com a nossa separação.
– Estou indo, enão... – Falei para Nina depois de ter deixado Alice dormindo na cama que uma vez dividi com Nins.
– Eu ficaria, se fosse você. – Nina falou com o olhar fixo em um ponto do tapete da sala. – Por nossa filha, é claro.
– Não precisa se fazer, Nina.
– Você que sabe, se quiser revoltar mais um pouco Alice, pode ir, fique a vontade... – Suspirou dando de ombros e se levantando.
– Nina, Alice está sofrendo com a separação...
– Só percebeu agora? Depois de cinco meses? – Falou irônica.
– Vamos deixar passar isso, Nina. Eu te amo, você me ama, porque continuar separados? Voltamos à estaca zero? – Peguei suas mãos. – Nós passamos um final de semana maravilhoso, porque ignorá-lo?
– Ok... – Suspirou. – E você ainda está vendo Megan?
– E você, vai continuar vendo Julian? – Perguntei no mesmo tom que ela.
– Sim, nós vamos voltar à estaca zero! – Subiu as escadas me deixando sozinho na sala.

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