Ian
Narrando
Nina
tinha me deixado falando sozinho no restaurante. Ela ainda insistia em falar
sobre Megan, insistia em saber sobre eu e ela. Será que ela não entendia que
era ela que eu amava? Meu deus porque ela tinha que ser tão complicada assim?
Além do
mais, ela havia beijado Julian e continuava a sair com ele com se nada tivesse
acontecido e ainda queria sair com a razão...
Sim, eu
estava com ciúmes dela, na verdade estava morrendo de ciúmes dela. Ela era
minha e ficava saindo com outros homens... Não conseguia aceitar isso e era
orgulhoso demais para assumir para ela que eu não via mais Megan.
Eu não
queria falar sobre Megan, não via necessidade. Eu não a via mais, não queria
voltar para os negócios de meu pai para não vê-la mas Nina parecia não abrir
mão de sair com Julian. Robin insistia que eu voltasse para os negócios mas eu
continuava relutante, não queria ver Megan, agora que tinha finalmente
conseguido me livrar do encosto, não queria recuperá-lo. Tudo bem que havia a
visto algumas vezes, mas isso não conta, nós só falamos sobre trabalho e assim
que tinha tentado conversar sobre “nós” eu a parei. Eu não a via mais e não
fazia mais questão de vê-la também.
No final
da tarde, cuidei o horário para esperar a hora que Alice chegasse da escola
para irmos jantar. Nina tinha me dito que havia prometido levar Alice para nós
três jantarmos juntos e por mais que tivéssemos discutido mais cedo, eu iria
levar as duas para comer.
Era quase
seis horas quando bati na porta de minha antiga casa para pegá-las pra irmos
jantar. Nina demorou uns dois minutos para atender a porta e eu imaginei que
ela estivesse com Alice no quarto dos brinquedos.
– Ian? O
que faz aqui? - Revirou os olhos ao me ver.
– Não
íamos jantar em família? - Sorri sedutor para ela, sabia que Nins adorava esse
meu sorriso.
– Falou
certo, íamos! - Falou brava. - Não vamos mais. - Cruzou os braços. - Ah, porque
não vai jantar com Megan? Muito melhor, não é? - Eu podia perceber que pelo seu
tom autoritário que ela estava magoada. Mas o que eu poderia fazer? Estava ali
correndo atrás dela...
– Nina,
pare de falar besteira, estou aqui para buscar minha família para jantar...
– Sua
família - Enfatizou o "família". - Dispensa... - Sorriu irônica.
– Papai!
- Nina estava quase fechando a porta quando Alice desce vagarosamente as
escadas para me ver.
–
Princesa! - Sorri abertamente me agachando para que ela corresse para os meus
braços.
– Que bom
que você esta aqui paizinho! - Me abraçou forte deitando sua cabeça em meu
ombro.
– É pois
é, mas ele já estava de saída, não é Ian? - Nina falou grossa.
– Ah não,
não vai papai... Fica brincando com a gente, estávamos brincando de restaurante,
você poderia ser o nosso cliente! - Sorriu.
– Não
filha, papai tem que ir pra casa dele... - Nina falou friamente.
– Não
pai, por favor, fique aqui... - Me olhou com os olhinhos cheios de lagrimas e
depois olhou para mãe dela pidona.
– Papai
vai ficar sim filhinha! - A peguei no colo e olhei para nina provocativo. - O
que acha de nós três irmos jantar juntos?
– Estou
fora! - Nina rebateu. Meu deus, como conseguia ser tão teimosa?
– Mãe,
vamos com nós... - Alice falou manhosa. - Você me prometeu que iríamos jantar
em família.
– Ah
filha...
– Por
favorzinho mamãe... - Nina suspirou derrotada e descruzou os braços.
– Mamãe
vai filha...
– Oba! -
Alice bateu palmas feliz.
– Mas
antes de irmos tem uma moçinha que tem que fazer xixi...
– Não tem
não... - Ali se fez de desentendida.
– Ah tem
sim! - Sorriu para nossa filha.
– Não,
não... - Levantou o dedinho fazendo que não.
– Será
que não? - Nins levantou as mãos em direção a ela se preparando para a fazer
cócegas.
– Não
mamãe! - Riu se preparando para o ataque que iria receber. - Ai papai me
salva... - Abraçou meu pescoço para se proteger.
Nina
começou a fazer cócegas em nossa pequena que se contorcia em meu colo. Nina
estava extremamente perto de mim e eu conseguia sentir seu perfume delicioso,
conseguia sentir suas mãos que as vezes escorregava para o meu peitoral
enquanto fazia cócegas em Ali e suas pernas contra as minhas quando ela chegava
mais perto de nós. Ao perceber que eu a olhava intensamente e que quase nem
percebia o desespero de Alice em meu colo, Nina parou e pegou Alice de meu
colo.
– Vou
levá-la no banheiro e já voltamos... – Falou fria.
Eu só
assenti e entrei na sala as esperando sentado no sofá. As duas voltaram e nós
fomos para o restaurante. Nina não falou absolutamente nada comigo e se sentou
no banco de trás com Alice para me evitar. Chegando ao restaurante, pedimos a
mesa e uma cadeirinha para Alice, a colocamos em uma ponta da mesa e nos
sentamos um de cada lado da mesa.
– Mamãe,
você não vai se sentar ao lado do papai?
– Não
filha, estou bem aqui... – Falou tensa.
– Por
favor mamãe. Gosto de ver vocês juntinhos...
–
Sente-se Nina, eu não mordo. – Falei sorrindo para ela. Nina revirou os olhos e
se levantou vindo se sentar ao meu lado contra gosto.
– Bem
melhor agora! – Ali sorriu.
– Ali, o
que você quer tomar? – Nina perguntou pegando sua mãozinha.
– Suco de
morango! – Falou animada. – Quero suco de morango, bem grandão! – Completou.
Nós
fizemos os pedidos e o assunto acabou. O silencio reinou na nossa mesa e Alice
se debruçou na mesa nos olhando tristonha. Ela conseguia perceber o clima
pesado entre nós e isso estava a acabando. Nina mal se movia ao meu lado e mal
respirava também. Não sabia o que fazer, ela não falava comigo e eu não conseguia
e aproximar.
– Como
foi a escola, princesa? – Perguntei para Alice.
– Foi
chata... – Respondeu. – Não quero mais ir à escola...
– Por
não, filha? – Nina finalmente deu sinal de vida.
– Por que
não, não gosto mais de lá... Prefiro passar com vocês. – Fez beiço.
– Filha,
você sabe que nós somos ocupados e que se pudéssemos ficaríamos com você! –
Falei.
– É sim
filha e para isso você precisa ir para a escolinha, se divertir, fazer
amizades, aprender... – Nina sorriu para ela.
– Mas eu
prefiro me divertir com vocês... Eu quase nunca fico com vocês dois juntos e
quando fico vocês ficam quietos e tristes....
– Aw
filha... A gente te ama demais, não fique assim. – Nina falou.
– Vocês
juram que vão passar mais tempo comigo?
–
Juramos, amor! – Falei magoado.
– Agora
vamos jantar! – Nina mudou de assunto.
– Não
quero, mamãe...
– Mas tem
que comer amor. Pedimos camarão que você gosta, peixe... – Nina falou.
– Não, eu
não gosto!
– Então
eu vou comer tudo! – Falei a provocando.
– Coma! –
Falou desaforada. – Estou nem ai.
– Alice,
isso é jeito de se falar com seu pai? – Nina a corrigiu. – Você não assim, peça
desculpas para ele! – Nina fez pulso firme com ela mas Alice fez bico e ficou
manhosa.
– Não
precisa Nins... – Falei, não gostava de ver Nina brigando com Ali.
– Não
Ian, ela não pode fazer má criação. Vamos lá Alice, estou esperado... – Alice
não falou nada. – Alice Dobrev Somerhalder. Cinco... Quatro...
– Tá
bom... – Suspirou. – Desculpe papai!
– Isso,
agora o de um beijo e um abraço forte!
– Está
desculpada amor... – A peguei em meu colo a dando um beijo.
– E
agora, mamãe, você não vai dar um beijo e um abraço no papai?
– Não
filha, nós não estamos brigados...
– Eu sei
que estão! – Rebateu.
– Ali,
vamos mudar de assunto, agora coma, ok?
– Não
quero. – Fez uma careta carrancuda.
– Então
você não vai ganhar a sobremesa de morango com chocolate.
– Tudo
bem, tudo bem... Se for assim, quero camarão!
– Muito
bem! – Nina falou a dando na boca um camarão.
A nossa
janta demorou mais do que o previsto, Alice fez mais birra do que em sua vida
inteira e eu e Nina acabamos discutindo na frente de Ali porque eu não
concordei de ela ser tão dura com Alice. Eu não conseguia ser tão duro com ela,
meu coração desmoronava ao ver seus olhinhos azuis tristes por eu ter brigado
com ela, já Nina era diferente. Não que ela fosse grossa ou estúpida, não, ela
era uma mãe maravilhosa, a melhor que já vi, mas também dava limites para Ali e
era nisso que a gente não concordava, para mim, Alice era criança e não
precisava disso tudo... Resultado, nossa filha ficou ainda pior depois de nos
ver discutindo e eu já não sabia mais o que fazer.
Chegando
em casa Alice não me deixou ir embora e se agarrou em mim até dormir. Acabou
comigo vê-la chorando por mim e com aquilo pude perceber o quanto ela estava
sentida com a nossa separação.
– Estou
indo, enão... – Falei para Nina depois de ter deixado Alice dormindo na cama
que uma vez dividi com Nins.
– Eu
ficaria, se fosse você. – Nina falou com o olhar fixo em um ponto do tapete da
sala. – Por nossa filha, é claro.
– Não
precisa se fazer, Nina.
– Você
que sabe, se quiser revoltar mais um pouco Alice, pode ir, fique a vontade... –
Suspirou dando de ombros e se levantando.
– Nina,
Alice está sofrendo com a separação...
– Só
percebeu agora? Depois de cinco meses? – Falou irônica.
– Vamos
deixar passar isso, Nina. Eu te amo, você me ama, porque continuar separados?
Voltamos à estaca zero? – Peguei suas mãos. – Nós passamos um final de semana
maravilhoso, porque ignorá-lo?
– Ok... –
Suspirou. – E você ainda está vendo Megan?
– E você,
vai continuar vendo Julian? – Perguntei no mesmo tom que ela.
– Sim,
nós vamos voltar à estaca zero! – Subiu as escadas me deixando sozinho na sala.
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